terça-feira, 27 de julho de 2010
O milagre acontece
domingo, 25 de julho de 2010
As marcas de Deus
quarta-feira, 21 de julho de 2010
A Intercessão é um combate
Os levitas da linhagem de Caat e de Coré levantaram-se para louvar o Senhor, Deus de Israel, em alta voz.... Em seguida, depois de se ter entendido com o povo, ele designou os cantores que, revestidos de ornamentos sagrados, haveriam de marchar á frente do exército cantando: “Louvai o Senhor pois sua misericórdia é eterna”. No momento em que era entoado este cântico de louvor, o Senhor fez cair numa emboscada os amonitas, os moabitas e os habitantes da montanha de Seir que tinham vindo atacar Judá. Foram destruídos”. (2 Cron 20,19.21-22)
Sendo este o último artigo da série de intercessão como combate, mas que deve permear tudo o que já foi escrito nos textos anteriores, o louvor como intercessão é a principal arma contra o inimigo numa batalha espiritual. Na passagem narrada acima, Josafá tem diante de si um grande exército inimigo, e não se deixando atemorizar, pois a guerra não competia a eles, mas a Deus, (cf. 2 Cron 20,15b) conclama os levitas para juntamente com os músicos a levantarem um grande louvor. Nesse momento foram desbaratados os inimigos, fazendo-os guerrear e exterminarem uns aos outros. O louvor foi a arma da vitória mediante tão grande inimigo!
Toda oração de intercessão antes ser um momento de súplicas e petições, é preferencialmente o lugar do louvor, da adoração e do clamor. O louvor é a mais poderosa arma para desbaratar o inimigo. Quando praticamos o sacrifício do louvor, quer seja individualmente ou em equipe, não estamos falando para o Senhor o tamanho dos problemas pelos quais estamos intercedendo, mas iremos proclamar para essas situações que temos um Deus forte e poderoso. Voltamos nosso pensamento e nossos olhos para o Senhor dos Exércitos que já venceu a guerra e que vai à frente das batalhas!
Para a conquista da cidade de Jericó, Deus revela a tática a Josué a ser tomada: era necessário colocar à frente o povo junto com os sacerdotes e os músicos que levantariam grandes clamores dando voltas na cidade. Ao sétimo dia pelo clamor do povo, dos sacerdotes e dos músicos, as muralhas de Jericó desabaram! (cf. Jos 6,1ss) A oração de clamor também derruba as muralhas da indiferença religiosa e das fortificações e resistências que estão se levantando contra o conhecimento de Deus.
O louvor abre nossa visão espiritual e nos liberta da prisão fazendo desmoronar o inimigo que nos cerca. A força e o poder louvor vencem qualquer batalha, através dele mantemos cativos a desesperança, o medo e a angústia. Quando os intercessores levantam louvores a Deus, em vernáculo e seqüencialmente a oração em línguas, o inimigo vê-se derrotado e foge envergonhado porque venceu o leão da tribo de Judá, Jesus Cristo o Senhor!
“Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, daí graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo”. (1 Tess 5,17-18)
Façamos uma intercessão de concórdia e clamor pelo BRASIL (principalmente pelos valores Cristãos, éticos e morais no setor público). Se possível no dia 07 de setembro organize-se um momento de intercessão, rosário e/ou adoração, nesta moção.
Ministério de Intercessão
A Intercessão é uma oração de pedido que nos conforma perfeitamente com a oração de Jesus. Interceder é pedir, suplicar em favor de outro. Desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus”. (Catecismo nº 2634,2635)A palavra INTERCESSÃO, em si, quer dizer: a ação de “por-se entre”. O intercessor é aquele que se engaja numa batalha espiritual em favor das necessidades de alguém, de algum grupo, família, país, paróquia, etc.Pelo Batismo Sacramental nos tornamos filhos adotivos de Deus e participamos do mesmo munus Sacerdotal, Profético e Real de Nosso Senhor Jesus Cristo, conquistados por meio de sua Paixão, Morte e Ressurreição (cf. 1 Pd 2,1-9). Portanto, antes de tornar-se um ministério, ser intercessor é viver a graça santificante recebida no batismo pelo qual somos inseridos no corpo místico de Cristo (a Igreja).Jesus possui um sacerdócio eterno! “É por isso que lhe é possível levar a termo a salvação daqueles que por ele vão a Deus, porque vive sempre para interceder em seu favor” (Hb 7,25).Jesus intercedeu por nós com a vida para que nós vencêssemos a morte! (Heb 9,11-14)Para cumprirmos o mandato de Jesus, ele derrama sobre nós seu Espírito Santo, condição indispensável para a missão que nos capacita e nos une a Ele. (cf. Jo 14,16-17.25-26;15, 26-27;17,7ss; Rom 8,26).Devemos levar todos os participantes dos grupos de oração, a assumirem sua graça batismal, intercedendo em todo o momento, nas suas orações pessoais, e principalmente participando da missa, a mais perfeita intercessão.Na Renovação Carismática Católica pela vivência da Efusão do Espírito Santo, o Senhor suscita ainda o carisma da intercessão, ou seja, participantes discernidos no grupo de oração (pelo núcleo), que se identificam mais intensamente com as dificuldades, doenças e problemas das pessoas do grupo e da humanidade. Ao exercerem o ministério de intercessão, pelo exercício dos carismas, e na escuta do Senhor, eles louvam, intercedem e clamam em equipe por essas tristes realidades e “brechas”, conseqüências do pecado!Para tanto, o intercessor deve tomar certas atitudes diariamente para que seu ministério vá se conformando à vontade de Deus:1-Arrepender-se (ser quebrantado): O intercessor quebrantado, é aquele que constantemente examina sua consciência (cf. 1 Tim 1,5), buscando reconhecer suas fraquezas, limitações e quedas pessoais.A confissão dos pecados faz com que o intercessor possa apresentar-se diante do Senhor de mãos limpas e coração puro, como um canal desobstruído à sua graça (cf. Sl 31,5-6).2-Ser Liberto: O intercessor precisa libertar-se de tudo que impede sua comunhão com a Santíssima Trindade. Não há como se libertar do “homem velho” sem antes ser quebrantado. A libertação operada pelo Senhor Jesus Cristo permite ao intercessor relacionar-se com Deus e deixar que o Espírito Santo venha em auxílio às suas fraquezas (cf. Rom 8,26-27).O processo de libertação deve gerar arrependimento e a confissão dos pecados restaurando a mente (cf. Rm 12,2), a vontade (cf. Gl 2,20) e as emoções (Hb 12,25) do intercessor.3-Ser Adorador: Todo intercessor deve ser antes um adorador (cf. Jo 4,23-24). Ter um coração adorador para estar constantemente diante do trono de Deus (cf. Ap 4,8c-11). O ADORADOR INTERCESSOR toma consciência de que quem venceu inimigo é o Senhor Jesus, portanto é Diante Dele que receberá as armas da vitória!Ser um Adorador é estar mesmo que seja no seu quarto; na presença do Rei. Após dialogar com Ele, prostrar-se e apenas contemplá-lo.4-Ser Guerreiro: Qual intercessor que não enfrenta batalhas? Porém sabemos que Cristo é o vencedor da guerra. O intercessor não guerreia por si mesmo, sozinho ou na equipe de intercessão, é o General Jesus Cristo quem o(s) convoca(m) para a batalha e lhe(s) garante(m) a vitória!O intercessor guerreiro, como soldado combatente, deve revestir-se diariamente da armadura de Deus (cf. Ef 6,10-17), não como uma “fórmula mágica”, mas tomando posse de cada peça da armadura que for revestindo.Essas são apenas algumas atitudes que o intercessor deve tomar, porém na oração pessoal o Espírito Santo poderá revelar-lhe outras.Encontra-se disponível na RCC um vasto material de formação para o ministério (03 apostilas lançadas pela Escola Paulo Apóstolo, livros de formação, etc.), mas a principal formação do intercessor está contida na Palavra de Deus, pois é por intermédio dela que mantemos desperta a memória do Senhor (cf. Is 62,6-7) e recordamos-lhe suas promessas.Também mensalmente disponibilizamos a rede de intercessão (disponível neste site), que visa dar orientações aos intercessores e colocá-los em unidade e concórdia nas intenções de oração. Para esse ano estamos divulgando uma grande campanha nacional de intercessão chamada LEVANTA BRASIL! (busque informar-se com os coordenadores da renovação de sua diocese).
Vicente Gomes de Souza NetoCoordenador Nacional do Ministério de Intercessão na RCC
Intercessão
Judas e seus irmãos viram que a situação era grave e que as forças inimigas acampavam dentro de suas fronteiras. Sabendo também como o rei havia ordenado de tratar o povo para destruí-lo e exterminá-lo, disseram uns aos outros: “Levantemos nossa pátria de seu abatimento e lutemos por nosso povo e nossa religião”. Convocaram então todo o povo a fim de se prepararem para a luta, de rezarem, de implorarem piedade e misericórdia de Deus.” (1 Mac 3,42-44)
Assim como Judas Macabeus se deparou com a situação de Jerusalém que se encontrava sitiada pelas forças inimigas; hoje vemos nosso País ser atacado agora não por homens de carne e sangue, mas pelo príncipe deste mundo tenebroso pelas forças espirituais do mal espalhadas nos ares (cf. Ef 6,12c). Vemos nossos Estados, cidades e bairros, sofrerem investidas e ataques do maligno, através da violência, da ganância, da impiedade, da prostituição infantil e adulta, de clínicas de aborto, das terras sendo mal aproveitas e ainda no séc XXI haver o trabalho escravo.Por isso é urgente nos colocarmos, como soldados do exército de Deus, para interceder, orar e jejuar por nossa pátria. O Senhor, então, levanta um exército de intercessores, que precisam estar de sentinela, clamando pelo povo que se encontra abatido pela violência e que se vê prejudicado e usurpado de seus direitos na área da saúde e da educação por depender da rede pública; pela falta de ética, da moral e principalmente de valores cristãos em todas as esferas da sociedade.Nesta luta espiritual o Senhor envia seus anjos de combate e nos reveste com a força do Alto: o Espírito Santo de Deus (Lc 24,49); para que possamos viver uma vida calma e tranqüila com toda a piedade e honestidade, o apóstolo Paulo nos exorta: “Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os que estão constituídos em autoridade”. (1 Tim 2,1-2)Devemos ter a convicção de estar numa batalha espiritual e que o mundo jaz no maligno (cf. 1 Jo 5,19), porém Jesus já venceu a guerra: "No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”. (Jo 16,33b). Proclamemos Jesus Senhor da Terra de Santa Cruz, que foi lavada e liberta pelo Sangue do Cordeiro!Todos os que participam da Renovação Carismática Católica estão convocados, a interceder nesse ano de eleições. Façamos também na data cívica de 07 de setembro uma grande tarde de clamor por nosso país. Que nesta tarde, a partir das 15:00 h., podendo encerrar com a missa às 18:00 seja feita uma intercessão carismática por nosso país, conforme o Espírito Santo suscitar.
domingo, 18 de julho de 2010
Cheio do Espirito Santo
“Por que não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado” (Hb 4,15).
Quaresma é um tempo de deserto e peregrinação espiritual, como o povo que caminhou por quarenta anos no deserto, tendo a frente Moisés que também em determinado momento ficou quarenta dias prostrado diante do Senhor em jejum e oração pelos pecados cometidos pelo povo (cf. Dt 9,9,ss). Porém, nós que agora somos o povo da nova e eterna aliança, nos associamos como Igreja ao mistério de Jesus no deserto.
O deserto era considerado pelos padres do deserto como o lugar em que, por estarmos em luta contra os “demônios” interiores, buscamos a força de Deus. O intercessor é um lutador e como tal, deve deixar que o Espírito Santo o conduza tanto na batalha quanto o faça entrar na glória de Deus. O tempo quaresmal é um período em que Deus revela seus laços de amor (cf. Os 1), perdoa, cura e nos liberta de nossas infidelidades, e assim, fala ao nosso coração como o fez com o profeta Oséias por meio de Seu Espírito (cf. Os 2,16).
É um tempo de grande ascese (exercício espiritual pela prática da meditação, oração e contemplação), onde nos deparamos com nossas limitações, imperfeições e pecados. Por meio da oração, do jejum e da esmola, vamos mortificando nossa carne (no sentido de nossas vontades), para que assumamos a Salvação conquistada por Jesus Cristo!
A nossa vocação: a vida no Espírito, passa pela ascese, ou seja, pela vigilância orante, uma vez que “O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41). Sejamos humildes e não nos surpreendamos com nossas misérias, mas ao contrário, que neste período de quaresma vivamos na confiança, perseverança e constância no Espírito.
O exercício ascético consiste em apresentar ao Senhor nossas lutas, paixões e tentações interiores, tornando dócil nosso corpo, nossa mente e espírito para que subjuguemos nossas próprias vontades.
“O caminhão da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual envolve ascese e mortificação, que levam a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças”. (Catecismo 2015)
Reflexão: Aproveitemos esse tempo para práticas penitenciais, através de exercícios espirituais (orações de maior interiorização e contemplação dos mistérios da paixão), sextas-feiras penitenciais, sacramento da confissão, privações voluntárias, jejum e esmola (obras de caridade e missionárias).
Sugestão: Livreto Retiro Popular de Quaresma de D. Alberto Taveira. Ed. Loyola.
Preparação: Este ano o XXV Congresso Nacional que acontecerá de 06 a 09 de julho em Vitória (ES), terá como tema: Sede Santos! Assim, a partir deste mês, faremos uma intercessão de concórdia, por todas as equipes envolvidas na preparação.
A motivação deste mês será pedindo a intercessão de São José (festa dia 19 de março); façamos novenas individuais, neste propósito!
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Aperfeiçoar na escuta da Palavra de Deus
“Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos segundo Deus.” (Rom 8,26-27)
Maria Beatriz Spier, secretária geral do Conselho Nacional da RCC, enviou-nos uma partilha sobre a experiência da novena de oração em línguas. Veja a seguir como lhe veio esta inspiração e a forma de fazer a novena: “... um dia, preparando uma pregação sobre oração em línguas, senti a moção de fazer uma novena de oração em línguas. Sinto alegria em partilhar com vocês essa novena, porque tenho experimentado muitos benefícios na minha vida pessoal e na minha missão através dela. Também as pessoas a quem a ensinei, dão testemunho de muitas graças.
Tenho observado, principalmente, dois frutos ao fazer a novena. O primeiro, mas não necessariamente o mais importante, é o do exercício do próprio dom. À medida que nos abrimos ao dom das línguas, o próprio Espírito vai renovando o dom em nós e passamos a orar em línguas com uma unção nova. O segundo benefício, ou fruto, dessa novena é que ela desenvolve de maneira especial o dom da escuta da vontade de Deus. Se você tem uma decisão importante a tomar, um discernimento a fazer, eu aconselho a novena. Deus se revela, Ele fala de maneira muito específica, com instruções muito claras, orientando o nosso discernimento.”
COMO FAZER A NOVENA:
Inicie agradeçendo a Deus por esse dom maravilhoso. Depois tome consciência de que quando você ora em línguas é o próprio Espírito Santo que intercede ao Pai, em nome de Jesus, por você, por essa situação que você está apresentando.
O Espírito Santo, que perscruta os corações, sabe o que está no seu coração, mas conhece também o desejo do coração do Pai, e o desejo do coração do Pai é que o nome de Jesus seja glorificado.
Então, enquanto o Espírito Santo usa suas cordas vocais, seu aparelho fonador, sua voz, seus lábios para interceder por você ou por essa situação, seja o que for que precisa acontecer para que o nome de Jesus seja glorificado, para que Jesus tenha a vitória sobre a vida apresentada na oração, é isso mesmo o que o Espírito Santo estará pedindo ao Pai. Ao orar em línguas mantenha isso no seu pensamento.
A seguir, você começa a orar: no primeiro dia cinco minutos, no segundo dia dez minutos, no terceiro quinze minutos, e assim por diante, cada dia aumentando a oração em cinco minutos, até chegar ao nono dia, quando você vai orar em línguas por quarenta e cinco minutos.
É importante manter um caderno ou papel e lápis ou caneta junto de você enquanto ora. Quando você sentir uma moção do Espírito comece a escrever. Depois, ao reler o que você escreveu você ficará espantado de ver que você não teria pensado nessa solução para o problema, ou pensado em conduzir as coisa desta forma. Ao reler o que você escreveu você verá que foi o próprio Espírito Santo se revelando a você.
Convido você a fazer esta linda experiência da escuta de Deus e que ela produza na sua vida os maravilhosos frutos que tem produzido na minha.
Como lidar com as dificuldades
Agora, pois, Senhor, olhai para as suas ameaças e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a vossa Palavra.” Ato 4,29
Acordei com uma voz interior que me dizia: “São tantas as pessoas, meus filhos e filhas, com dificuldades na vida familiar, no trabalho, nos seus relacionamentos,nos rumos que suas vidas tomaram.Muitos estão estacionados, não melhoram, não prosperam, não mudam, não sabem como sair dessas situações, alguns até acreditam que não têm saída, estão desanimados, desapontados consigo mesmos, pensam que não há solução para os seus problemas. Quero que lhes fale do poder do meu Espírito e da sabedoria que concedo aos que a pedem a mim com o coração sincero, querendo fazer a minha vontade. Quero que lhes fale da unção que concedo, unção especial aos se voltam para mim em tempos de crise pedindo que os ajude a investigarem suas ações e motivações ao invés de olharem ao seu redor para encontrarem culpados de erros que eles mesmos cometeram.” Levantei, abri a Palavra e o Senhor me conduziu a três passagens: Atos 4,23-31, Sabedoria 1,1-15 e I João 2, 20. 27. Após orar com essas passagens, senti que o Senhor estava nos dando uma receita para lidar com as nossas dificuldades.
Ingredientes Coragem de olhar para si mesmo sem máscaras, reconhecendo suas limitações.
Arrependimento verdadeiro por todas as palavras de murmuração, por toda reclamação, acusação dos outros e auto-piedade.
Muita fé e confiança no Senhor, sabendo que pelo poder do seu Espírito, pela sabedoria que Ele nos concede, pela unção que Ele nos dá, unção nova para cada situação nova da nossa vida, tudo pode ser mudado. Nenhuma situação, nenhum momento de nossa vida é exatamente igual ao outro, por isso precisamos dessa unção nova, dessa sabedoria nova. Lembrando as palavras de João Paulo II: “Toda vez que o Espírito intervém, Ele deixa as pessoas atônitas, Ele traz uma surpreendente novidade sobre os acontecimentos; Ele muda radicalmente as pessoas e a história.”
Modo de Fazer: Orar com essas três passagens pedindo: a) perdão pelos seus próprios erros e pelas palavras vãs que dissemos; b) coragem para mudar; c)sabedoria para lidar com cada desafio que se apresenta.
A seguir, clamar pelo poder do Espírito, acreditando de todo coração que Deus vai nos ajudar, porque Ele quer o nosso bem, não nos quer parados, estacionados, nos quer prosperando, dando frutos em cada missão que Ele nos concede, seja a de pai, mãe, esposa, esposo, patrão, funcionário, colega de trabalho, irmão, irmã de caminhada. Tudo na nossa vida é missão e, portanto, para tudo precisamos do Espírito Santo, precisamos de sua unção.
Finalmente, louvar e agradecer a Deus de todo o coração
Rede Nacional de Intercessão do mês de Julho
“Unidos pela sua Palavra reconstruiremos as muralhas...”“Proclama a Palavra, anuncia a Boa Notícia!” (cf. 2 Tim 4,1-5)”
Este mês de julho estamos na expectativa em participarmos do grande momento da RCC, o Congresso Nacional que estará acontecendo de 14 a 18 de julho em Belo Horizonte (MG). Proclamar a palavra e anunciar a boa nova, isto é, anunciar Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas; deve ser o “combustível” espiritual da vida do intercessor.
Estamos vivendo tempos nos quais necessitamos primeiro viver o que a palavra nos revelar e “provocar”, com suas exortações, edificações, repreensões, etc. deixando que ela, pela ação do Espírito Santo, transforme nossa mentalidade, conceitos e temperamentos, para que Cristo se torne tudo em nós! Viver a Palavra é, em primeiro lugar, acolhe-la. Essa Palavra que realiza milagres e nos coloca no caminho de conversão.
Jesus Cristo é o verbo (palavra=logos) que se fez carne, o caminho, a verdade e a vida: o “rosto” da Palavra como foi uma das conclusões dos bispos no sínodo da palavra de Roma 2009. Portanto, devemos através da leitura das sagradas escrituras e da participação na sagrada eucaristia celebrar sua presença no meio de nós. Além de nos alimentarmos pela Palavra, nós temos o Corpo e o Sangue de Jesus que nos fortalece para viver esta Palavra que nos é anunciada.
Intensifiquemos esse mês a leitura orante da palavra de Deus e participemos se possível diariamente da eucaristia: a celebração desta mesma palavra que é Jesus Cristo!
Intenções Permanentes
- Pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI, pelos bispos, sacerdotes, diáconos e religiosos (as), pelos seminaristas, para que neste período de formação sintam seu chamado confirmado; - Pelo Presidente da Renovação Carismática Católica, Marcos Volcan. Pela unidade da RCC em todo Brasil, estados, Grupos de Oração, equipes de serviço e núcleos e com as diversas expressões carismáticas; - Pelo Serviço Internacional da RCC (ICCRS) prestado por seus membros e pelo Conselho Latino-Americano (CONCCLAT), para que o Espírito Santo dirija os projetos e orientações do nosso movimento; - Pelo Programas de TV da RCC: Na Canção Nova – Celebrando Pentecostes e Renovação em Ação na TV Século 21. Pelo Portal da RCC na Internet; - Pelos Projetos de evangelização, entre eles: Celebrando Pentecostes e Missão Marajó. Veículos de Comunicação. Por todos os colaboradores do projeto Eu amo a RCC e Semeando a Cultura de Pentecostes; - Pela construção de nossa Sede Nacional; - Pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para que objetivem os valores cristãos e respeito à vida desde sua concepção, nas tomadas de decisão.
Vicente Gomes de Souza NetoCoordenador Nacional do Ministério de Intercessão na RCCvicente@rccbrasil.org.br
Curados para anunciar a Palavra
Nasci no dia 20 de junho de 1974 na cidade de Ceres/GO. Meu parto foi complicado. Mesmo com as dores da minha mãe, o médico ignorava que eu já estivesse para nascer e com isso o parto passou da hora. Com isso, foi preciso usar fórceps para me retirar do útero de minha mãe. Sai da sala de parto para o balão de oxigênio com poucas chances de sobreviver. Hoje compreendo com clareza que naquele dia, Nossa Senhora – a quem aprendi a amar incondicionalmente – pediu a Seu Filho Jesus que não me deixasse morrer, pois aquela criança um dia seria testemunho de que a Graça de Deus tudo pode.
Pelo parto forçado, ficaram seqüelas, hoje conhecidas cientificamente como distonia de torção, que me deixam um pouco diferente de você, mas muito feliz. Demorei muito a caminhar, caia com bastante freqüência e minha mãe até costumava dizer que meu “anjo da guarda era muito forte” porque eu nunca me machuquei em virtude dessas quedas. Aprendi a andar com a ajuda de meus avós maternos que utilizavam uma corda para me dar apoio e equilíbrio.
Na escola também tive muitas dificuldades. Meus problemas nunca foram de aprendizagem, mas consequências da dificuldade de coordenação motora, dicção dentre outros. Tive que aprender a ser canhoto porque o meu lado direito ficou comprometido. Alguns professores da minha infância quiseram desistir da minha permanência na escola, mas minha mãe sempre acreditou em Deus, que a fortalecia para perseverar. Também passei por muitas complicações para me entender e me amar na adolescência. Eu não concordava em fazer tudo que os outros “normais” faziam e não ser igual a eles no aspecto físico e na dicção. Mas, impulsionado pela coragem que eu nem sabia de onde vinha (só hoje entendo) terminei meu ensino médio e hoje estou partindo para o curso superior.
Em 1989 conheci um Grupo de Oração da RCC, local onde fui entendendo mais a minha própria história. Participando da RCC, a comunidade logo descobriu em mim o dom da pregação (vejam que, quando Deus quer, nada pode ir contra). Imagine só, colocar na pregação alguém com tanta dificuldade! No começo eu me angustiava muito porque minha dicção era falha e as pessoas, às vezes, me diziam que não tinham entendido bem o que eu falava. Certo dia, liguei para o então Padre Adair, hoje, bispo da Diocese de Rubiata/Mozarlândia /GO, dizendo que deixaria de pregar porque Jesus tinha me dado a missão errada. E ele me respondeu: “vai falar com quem te chamou e não comigo”. Obediente, fui até a Igreja Matriz e sentado aos pés de Jesus crucificado, conversava com o Senhor dizendo: “Jesus, me manda fazer qualquer coisa, menos anunciar porque o Senhor me colocou no lugar errado”. A resposta da minha oração veio na Palavra com a passagem da pesca milagrosa. A partir disso, entendi que eu precisava continuar anunciando e que minha dicção seria curada pela minha perseverança. O interessante é que melhoro na hora que vou pregar, ou seja, o Senhor melhora minha dicção quando Ele precisa que eu anuncie a Sua Palavra. Hoje coordeno a diocese de Uruaçu, e mesma onde comecei tudo, sou muito feliz e realizado.
Termino meu testemunho dizendo o motivo da minha felicidade: “Entendi que o Senhor curou em mim o necessário para Ele, o que ficou, tinha que ficar para a glória Dele”. As imperfeições que ficaram, que causam estranheza quando vou em missão nos lugares onde ainda não me conhecem, fazem parte, e são para Glória de Jesus. Muitas curas o Senhor realizou em mim em 36 anos de vida. Mas a maior das curas que o Senhor fez em mim foi: Amar-me, aceitar-me. Olhar no espelho e me achar lindo, perfeito aos olhos de Deus. Sou feliz por ter encontrado a RCC, este movimento que nos coloca pertinho do Senhor Jesus. Sou apaixonado por Grupo de Oração e estou trabalhando ardentemente para o fortalecimento do Movimento como uma forma de gratidão ao Senhor por tudo que Ele fez em minha vida através de um Grupo de Oração.
ABERALDO FERNANDES CARDOSODiocese de Uruaçu-Goias
Relato sobre as enchentes em Alagoas e Pernambuco
São muitos os nossos irmãos que tiveram suas casas, suas empresas, suas famílias e suas vidas destruídas pela força das águas. Pessoas que perderam tudo, não conseguiram preservar nada de tudo que foi construído durante suas vidas. Neste momento, a ação do Governo não é suficiente para suprir as carências de nosso povo, precisamos estar presentes à porção do povo de Deus nas cidades atingidas, irmãos que precisam de nós e de nosso auxílio. Tal e qual Neemias, que chora e clama ao Senhor pelo seu povo e sua cidade, devastados, pedindo ao Senhor que lhes ajude na reconstrução das muralhas, também nós, lideranças da RCC, servos de nossa mãe Igreja, queremos clamar ao Senhor pelo nosso povo, juntamente com todos os que fazem a RCC, lembrando que somos um só Corpo, um só Povo, um só Coração, como os primeiros cristãos.
É de suma importância neste momento ajudar de qualquer maneira aqueles que perderam tudo. Nossas Igrejas têm sido verdadeiros espaços de acolhimento de nossos irmãos, mas também de supri-los em suas necessidades do agora e do amanhã, quando a mobilização do Estado for perdendo entusiasmo.
Portanto, rogamos a vocês, carismáticos de todo o Brasil, que se unam a nós neste tempo de oração e súplicas a Deus por nossa gente. Façamos doações conforme nossas possibilidades, na certeza de que o pouco que pudermos dar, será muito para as vitimas.Tudo é necessário, tudo é bem vindo, mas de modo particular queremos apelar para que os Conselhos Estaduais, nas suas respectivas Dioceses, organizem-se e possam colaborar com materiais de limpeza, de higiene pessoal, água potável, leite, fraldas descartáveis, roupas de bebê, alimentos não perecíveis, roupas, agasalhos, peças intimas novas, lençóis, toalhas de banho e tantas outras coisas. Organizem junto às coordenações estaduais da RCC e entrem em contato conosco.
Desde já, confiantes na ação do Espírito Santo sobre cada um de nós, somos gratos aos que se empenharem em favor de nossos irmãos, na oração e na ação. Nossa gratidão ao Conselho Nacional, ao Escritório Nacional e a cada um que nesses dias vêm se solidarizando nesta situação de dor. Que o Senhor, o Cristo Ressuscitado, leve-nos a uma verdadeira configuração a Ele e ao seu Coração, fazendo de nós Movimento, Povo, Igreja, cada dia mais missionário e samaritano, na força do seu Espírito.
Fones para contato: 82 3235-3490 / 9993.0755 coordenadora estadual da RCC
Gratos,Maria Alice Martins – Presidente do Conselho Estadual da RCC ALAGOASAdalberon Sá Júnior - Comunicação Social da RCC ALAGOAS
Misa abre o XXIX Congresso Nacional da RCC
Também esteve presente na celebração o Assessor Eclesiástico da RCC do Brasil Dom Alberto Taveira. Ele lembrou que “aqui não existem espectadores, e sim participantes. Vive-se o Congresso, não se assiste ao Congresso”. Dom Alberto exortou a todos a estarem a se abrirem integralmente para essa vivência.
Como anfitrião, o Presidente do Conselho Estadual da RCC de Minas Gerais, Rogério Rosa, realizou os comentários da Santa Missa. Ao final da missa, Rogério Rosa também desejou boas vindas aos participantes, recitando o poema “Ó, Minas Gerais”, de Paulo Gondim. O poema ressalta as maravilhas naturais e as características do povo mineiro, dentre elas “gente tão hospitaleira”. O Presidente do Conselho Estadual da RCC de Minas Gerais acrescentou ainda que é imensa a alegria de receber todos os irmãos, vindos de Norte a Sul do Brasil.
O coordenador arquidiocesano da RCC de Belo Horizonte, Michel Leite, afirmou que Belo Horizonte, nestes dias do Congresso, está se transformando em grande cenáculo. Michel Leite também acolheu a todos, em nome de Jesus.
Em seguida, o Presidente do Conselho Nacional da RCC, Marcos Volcan, iniciou sua mensagem e acolheu os participantes. Para ele, o Congresso Nacional é um momento de nos revigorarmos. Marcos Volcan destacou a certeza de que o encontro vai selar um grande momento na vida da Renovação Carismática Católica do Brasil. O evento continua nos próximos dias (15, 16, 17 e 18), com muita animação, pregações, momentos de orações, propiciando ao povo de todo o Brasil um novo Batismo no Espírito Santo.
Exortados a assumir a identidade de Pentecostes
"A Cultura de Pentecostes só vai acontecer se formos santos“, afirmou Rogério Soares, membro do Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica (RCC), diante de uma multidão que lotou hoje (15) o centro de eventos da Expominas, em Belo Horizonte(MG). A partir da citação “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito” (Rom. 12,2a), o pregador convocou os membros da RCC a compreender e testemunhar na própria vida a Cultura de Pentecostes. “Temos que implantar uma cultura no mundo, mas devemos começar entre nós”, assinalou.
Recordando a denúncia que a Igreja faz de uma cultura secularizada e relativista, que fomenta uma vida sem Deus, Rogério Soares enfatizou ser necessário levar a cultura cristã não os costumes pagãos ao mundo. "É preciso refletir sobre o nosso chamado, a nossa vocação, exercitando uma cultura que possa transformar o mundo, a partir da transformação do nosso próprio pensar e comportamento”, ressaltou.
Citando o apelo do Papa João Paulo II à Renovação Carismática: “Em nosso tempo ávido de esperança, fazei com que o Espírito Santo seja amado e conhecido”, o pregador disse que o imperativo para a RCC é vivenciar o Batismo no Espírito Santo e experimentar esse chamado no chão da vida, nas cidades e nos Grupos de Oração.
A RCC, disse Rogério, já assumiu esse chamado da Igreja, por meio de várias iniciativas, como por exemplo, o Projeto Celebrando Pentecostes. Ele considerou, entretanto, ser necessário que a Cultura de Pentecostes seja melhor compreendida por todos, identificando diversos pontos de reflexão. Destacou inicialmente que viver uma cultura é ter uma identidade. “O Pentecostes investe um jeito novo de ser, muda todo o ser de uma pessoa”, concluiu observando que a Cultura de Pentecostes pressupõe ainda organização e obediência dentro do Movimento, refletindo os costumes e tradições de pessoas que conhecem a graça.
A pregação foi encerrada com um momento de oração, em que os congressistas, com as Bíblias nas mãos, pediram o poder do Espírito Santo para anunciar a Palavra com coragem, a partir da própria vida.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Amigo de Deus
Queremos refletir, neste breve artigo, sobre o valor do jejum para a espiritualidade cristã e
para o aprofundamento da intimidade com o Senhor. Nossa reflexão será orientada por 8 questões
fundamentais. Não queremos esgotar o assunto, pois a riqueza do tema é muito grande.
Apresentamos apenas algumas linhas de orientação para que cada qual possa aprofundar o estudo
desse magnífico meio de crescimento espiritual.
6.1. O QUE A IGREJA FALA SOBRE O JEJUM?
A Igreja reconhece o valor e o significado profundo do jejum para a espiritualidade cristã. O
quinto mandamento da Igreja nos orienta a “Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa
Mãe Igreja” (Catecismo, 2043).
Entre os chamados Padres da Igreja, os primeiros teólogos das origens cristãs, Santo
Agostinho reconhece o valor espiritual e moral do jejum: “a abstinência purifica a alma, eleva a
mente, subordina a carne ao espírito, cria um coração humilde e contrito, espalha as nuvens da
concupiscência, extingue o fogo da luxúria e acende a verdadeira luz da castidade” (Sermão sobre a
oração e o jejum).
Em nosso tempo, a Igreja ainda recomenda a prática do jejum. O jejum é citado no
Catecismo da Igreja Católica em 9 parágrafos específicos. Os parágrafos são: 575, 1387, 1430,
1434, 1438, 1755, 1969, 2043 e 2742. Síntese desse ensinamento é a mensagem de que os gestos
exteriores (saco e cinzas, jejuns e mortificações) não devem ser vazios, mas devem ser
acompanhados da conversão do coração ou da penitência interior: é por essa razão que o jejum é
associado ao Sacramento da Reconciliação.
Além do jejum, a oração e a esmola aparecem como as principais formas de expressão da
penitência interior. Assim, o jejum, a oração e a esmola representam a conversão em relação a si
mesmo, a Deus e aos outros (Catecismo, 1434). Como afirmou o Papa Bento XVI, na homilia da
celebração da Quarta-Feira de Cinzas, deste ano, “em relação harmoniosa com a oração, também o
jejum e a esmola podem ser considerados lugares de aprendizagem e prática da esperança cristã”.
O Concílio Vaticano II assim nos ensina: “A penitência do tempo quaresmal não deve ser
somente interna e individual, mas também externa e social. Fomente-se a prática penitencial de
acordo com as possibilidades de nosso tempo, dos diversos países e da condição dos fiéis (...).
Tenha-se como sagrado o jejum pascal que há de celebrar-se em todos os lugares na Sexta-feira da
Paixão e Morte do Senhor e ainda estender-se segundo as circunstancias, ao Sábado Santo, para que
deste modo cheguemos à alegria do Domingo da Ressurreição com ânimo elevado e grande
entusiasmo” (Sacrosanctum Concilium, n. 110).
Para o Papa Bento XVI, “jejuar significa aceitar um aspecto essencial da vida cristã. É
necessário redescobrir também o aspecto corporal da fé, a abstinência do alimento é um desses
aspectos” (Joseph Ratzinger, no livro A Fé em crise?).
6.2. SEGUNDO A BÍBLIA O QUE DEUS NOS FALA SOBRE O JEJUM?
O Antigo Testamento é rico em passagens que revelam a prática do jejum associada à vida
espiritual. Eis apenas alguns exemplos: Lv 16,29; Nm 29,7; 1Rs 21,9; Esd 8,21; Tb 12,8; Jl 1,14,
2Sm 12,16. No livro do Gênesis pode-se encontrar uma primeira referência ao jejum, ainda que
indireta, na ordem de Deus: “Podes comer do fruto de todas as árvores, do jardim, mas não comas
do fruto da árvore da ciência do bem do mal, porque no dia em que dele comeres, morrerás
indubitavelmente” (Gn 2, 16-17).
Na cultura judaica, o jejum era cumprido rigorosamente, o que é atestado pelos constantes
desencontros de Jesus com os fariseus a respeito do tema (Mc 2,18; Lc 5,33).
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Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, depois do seu batismo (Mt 4,2). O
jejum de Jesus precede o início da pregação de Jesus (Mt 4,17), a escolha dos primeiros discípulos
(Mt 4, 18-22), as primeiras curas (Mt 4,23-25) e o sermão sobre as bem-aventuranças (Mt 5,1-12).
O jejum é necessário para o apostolado. Aumenta nossa intimidade com Deus Pai e
potencializa nossa oração (Mt 17,14-20; Mc 9,29). Com efeito, Jesus declarou certa ocasião:
”quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum”.
O Livro de Atos registra os crentes jejuando antes de tomarem importantes decisões (Atos
13:4; 14:23).
São Paulo dá um sentido mais amplo ao jejum, inserindo-o nas práticas que nos ajudam a
viver segundo o Espírito e não apenas segundo a carne: “Portanto irmãos, não somos devedores da
carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer;
mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos
pelo Espírito de Deus são filhos de Deus (Rm 8, 13-14).
6.3. COMO PREPARAR-SE PARA PRATICAR O JEJUM?
O jejum é um sinal externo da conversão do coração. Portanto, sua preparação exige um
profundo exame de consciência e uma atitude de contrição, de arrependimento de nossas fraquezas
e um propósito firme de mudança de vida.
Pela boca do profeta Isaías, o Senhor revela o sentido da conversão que deve acompanhar o
jejum: “Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? - diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas,
desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo” (Is
58, 6).
6.4. COMO PRATICAR O JEJUM?
O jejum deve estar associado a uma visão positiva da vida espiritual, o que impede que seja
compreendido como uma pena ou sacrifício ruim. Deve, portanto, expressar a alegria, a fé e a
esperança. É Jesus mesmo quem nos ensina a esse respeito: “Quando jejuardes, não tomeis um ar
triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que
jejuam. (...) Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava teu rosto Assim não parecerá aos homens
que jejuas, mas somente a teu Pai, que vê no segredo” (Mt 6,16-18).
6.5. QUAIS OS BENEFÍCIOS E EFEITOS DO JEJUM?
Os benefícios do jejum vão além da vida espiritual. Eles cobrem muitos aspectos da vida
humana. Além do domínio dos vícios, o jejum enobrece a mente, auxilia alcançar as virtudes da
sabedoria, da prudência e temperança, promove o bem-estar, recupera as perdas espirituais e nos
prepara para a batalha do dia-a-dia da fé; por isto é eficaz em quatro áreas fundamentais.
a) Alimentar e física:
• Disciplina a forma desordenada e irregular de comer e o mau hábito de beliscar entre as
refeições, fumar, tomar café, chás, doces lanches e refrigerantes, a todo instante;
• Elimina o reprovável desperdício e ensina a conhecer o valor nutritivo dos alimentos
vegetais e animais e a importância dos produtos naturais, orgânicos;
• Torna o corpo mais saudável através do bom funcionamento do sistema digestivo e
possibilita aumento a expectativa de vida.
b) Mental e psicológica:
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• Mantém a mente descansada, mais aberta e sensível às coisas espirituais, atividades e à
criatividade intelectual em diversas áreas;
• Aumenta a estabilidade mental e psicológica através do domínio das emoções, torna o corpo
leve, ativo e incansável (a história demonstra que os filósofos pagãos, na Grécia antiga, para
um melhor desempenho intelectual, jejuavam espontaneamente antes de entrarem em
debates públicos).
c) Moral e religiosa:
• Supera as dependências e apegos às coisas materiais supérfluas e amplia a consciência do
ser;
• Fortalece a vontade, renova a força moral e consolida os verdadeiros valores e a fé;
• Estimula a partilha com generosidade e abre o nosso coração à caridade, oferecendo aos
necessitados, os que sofrem, aquilo que vem a sobrar em nossas despensas: “Boa coisa é a
oração acompanhada de jejum, e a esmola é preferível aos tesouros de ouro escondidos” (Tb
12,8)
• Traz o domínio sobre a presunção, a indolência espiritual e moral e intensifica a genuína
piedade.
d) Vida de fé:
• Prepara para uma intensa participação nos mistérios da Fé, nos Sacramentos, em particular
da Penitência ou Confissão e da Eucaristia.
E produz:
• Maior qualidade de vida interior, vida na graça e união íntima, real, natural, pessoal e
constante com Deus;
• Docilidade e abertura às inspirações do Espírito Santo;
• Maior silêncio, busca da meditação, confiança e disposição para a adoração;
• Maior disponibilidade para servir, para a missão e para o próximo;
• Libertação a partir da renúncia à gula, luxúria, preguiça e demais pecados capitais;
• É uma poderosa arma contra as tentações do Inimigo;
• Portanto não deve ser visto como um dever, mas um direito que nos abre à Graça.
6.6. QUAIS OS PREJUÍZOS QUANDO NÃO PRATICAMOS O JEJUM?
O maior prejuízo, sem dúvida, é deixar-se levar pelas tendências humanas da “vida segundo
a carne”, como nos ensina São Paulo (Rm 8). Não se trata de viver o dualismo corpo e espírito,
muito enfatizado na Idade Média, que via como mal e pecaminoso tudo o que se relacionava ao
corpo. Isso, de fato, é um exagero e não corresponde à doutrina cristã: Deus, que criou-nos também
o corpo, “viu que tudo era bom” (Gn 1,31).
6.7. QUAL A REGULARIDADE PARA PRATICAR O JEJUM?
O jejum não deve ser praticado em demasia e exagero, pois isso causa prejuízo ao corpo,
constituindo-se nesse caso um mal e não um bem. É preciso bom senso e equilíbrio. No Código de
Direito Canônico, a Igreja nos ensina que “os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas
as sextas-feiras do ano e o tempo da quaresma” (Cân. 1250). E ainda: “Observe-se a abstinência de
carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da conferência dos Bispos, em todas as sextasfeiras
do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; observem-se
a abstinência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso
Senhor Jesus Cristo” (Can. 1251).
Há também a orientação da Igreja para o jejum que prepara a participação na Eucaristia:
“Quem vai receber a Santíssima Eucaristia abstenha-se de qualquer comida ou bebida, excetuandose
somente água e remédio no espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão” (Can.
919).
6.8. QUEM PODE E QUEM DEVE PRATICAR O JEJUM?
Conforme o ensinamento da Igreja, no Código de Direito Canônico, “todos os fiéis, cada
qual a seu modo, estão obrigados por lei divina a fazer penitência; mas, para que todos estejam
unidos mediante certa observância comum da penitência, são prescritos dias penitenciais, em que os
fiéis se dediquem de modo especial à oração, façam obras de piedade e caridade, renunciem a si
mesmos, cumprindo ainda mais fielmente as próprias obrigações e observando principalmente o
jejum e a abstinência, de acordo com os cânones seguintes” (Can. 1249).
A Igreja também ensina que “estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem
completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade até os
sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e os pais cuidem que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum e da abstinência em razão da pouca idade” (Can. 1252).
Amigo de Deus
Aquilo que se pedir com o Rosário se obterá.
* Aqueles que propagarem o Meu Rosário serão por mim socorridos em todas as suas necessidades.
* Eu consegui do Meu Filho que todos os devotos do Rosário tenham, por irmãos em sua vida e na
hora de sua morte, os Santos do Céu.
* Aqueles que recitarem o Meu Rosário fielmente serão todos filhos meus amaríssimos, irmãos e
irmãs de Jesus.
* A devoção do Santo Rosário é um grande sinal de predestinação.
"O Rosário, lentamente recitado e meditado - em família, em comunidade,
“Pessoalmente, vos fará penetrar, pouco a pouco, nos sentimentos de Jesus Cristo e de sua Mãe,
evocando todos os acontecimentos que são a chave de nossa salvação”.
(João Paulo II)
“Quando se recita o Rosário revivem-se os momentos importantes e significativos da história da
salvação; percorrem-se as várias etapas da missão de Cristo. Com Maria orienta-se o coração
para o mistério de Jesus. Coloca-se Cristo no centro da nossa vida, do nosso tempo, das nossas
cidades, mediante a contemplação e a meditação dos seus santos mistérios de alegria, de luz, de
dor e de gloria”.
(Papa Bento XVI)
Amigo de Deus
Uma oração universal: assim poderia ser definido o Rosário (e o Terço). Afinal, a qualquer hora do
dia, em qualquer lugar do mundo, alguém o reza para louvar o Senhor ou agradecer-lhe seus dons,
para suplicar graças ou pedir-lhe perdão dos próprios pecados. A cada momento alguém está
contemplando os mistérios da vida de Jesus.
Rezar o Rosário é passear pelo Evangelho em união com Maria Santíssima; É como falar com uma
pessoa amada. Quando amamos alguém, queremos dizer-lhe mil vezes: eu amo você, eu amo você,
eu amo você. Não é uma repetição, é uma necessidade de coração. Maria é nossa mãe, nosso
modelo, é quem nos deu Jesus.
O Rosário é uma oração universal porque nela todos se encontram. Nos encontramos com o Pai que
“tanto amou o mundo que entregou seu Filho Unigênito”(Jô 3,16); nos encontramos com o Filho, o
Emanuel, isto é, o Deus conosco(cf. MT 1,23); e nos encontramos com o Espírito Santo que
continua sendo derramado sobre nós, conforme vemos e ouvimos (cf. At 2,33).
Na oração do Rosário encontram-se aqueles que olham para Maria e lhe dirigem as palavras que o
Espírito Santo pôs na boca de Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu
ventre” (Lc 1,42).
O Rosário é também uma maneira de olhar Maria com o olhar do Pai que a chamou e a enriqueceu
com Seus dons, em vista da missão que ela deveria exercer no mistério de Cristo e da Igreja. É uma
oração contemplativa acessível a todos: grandes e pequenos, leigos e clérigos, cultos e pessoas com
pouca instrução. É vínculo espiritual com Maria para permanecermos unidos a Jesus, para nos
conformarmos a Ele, assimilarmos os seus sentimentos e nos comportarmos como Ele se
comportou.
Conforme as palavras do Santo Padre João Paulo II: O Rosário (ou Terço) é a oração para este
mundo. É arma espiritual na luta contra o mal. É uma oração para salvação das pessoas, para a
transformação das famílias, para a mudança da nossa sociedade e para que o mundo seja salvo.
Importante: O Terço era a terça parte do Rosário; agora é a quarta parte porque o Papa João
Paulo II acrescentou mais um Terço ao Rosário, contemplando os mistérios da luz ou
“Luminosos”, da Vida Pública de Jesus. Em cada terço contemplamos uma etapa da vida de
Jesus e o mistério da nossa Salvação; logo, o Terço é mais uma oração centrada em Cristo do
que em Maria. Nossa Senhora reza conosco o Terço, contemplando também ela os mistérios
da nossa salvação e intercedendo por nós. Por isso, é muito importante contemplar cada
mistério do Terço.
O Rosário é uma expressão de amor. É o que você irá descobrir se puser em prática esta simples e
poderosa oração.
5.1. O QUE A IGREJA FALA SOBRE O ROSÁRIO (ORIGEM E DEVOÇÃO)?
Não há uma data precisa sobre a origem do Rosário. Em linhas gerais, remonta já os primeiros
séculos da Igreja primitiva e surge aproximadamente no ano 800 à sombra dos mosteiros, como
30
Saltério dos leigos. Dado que os monges rezavam os salmos (150), os leigos, que em sua maioria
não sabiam ler, aprenderam a rezar 150 Pai Nossos. Com o passar do tempo, se formaram outros
três saltérios com 150 Ave Marias, 150 louvores em honra a Jesus e 150 louvores em honra a Maria.
No ano 1365 fez-se uma combinação dos quatro saltérios, dividindo as 150 Ave Marias em 15
dezenas e colocando um Pai nosso no início de cada uma delas. Em 1500 ficou estabelecido, para
cada dezena a meditação de um episódio da vida de Jesus ou Maria, e assim surgiu o Rosário de
quinze mistérios. E o nome “terço” popularizou-se por representar, como o nome diz, a terça
parte do total das 150 ave-marias, ou propriamente do Rosário.
Vale lembrar que, a segunda parte da Ave-Maria (”Santa Maria, Mãe de Deus”), foi introduzida na
oração por ocasião da vitória sobre a heresia nestoriana, deflagrada no ano de 429. O bispo
Nestório, Patriarca de Constantinopla, afirmava ser Maria mãe de Jesus e não Mãe de Deus. O
episódio tomou feições tão sérias que culminou no Concílio de Éfeso convocado pelo Papa
Celestino I. Sob a presidência de São Cirilo (Patricarca de Alexandria), a heresia foi condenada e
Nestório, recusando a aceitar a decisão do conselho, acabou sendo excomungado.
Conta-se que no dia do encerramento do Concílio, onde os Padres Conciliares exaltaram as virtudes
e as prerrogativas especiais da VIRGEM MARIA, o Santo Padre Celestino ajoelhou-se diante da
assembléia e saudou Nossa Senhora, dizendo: “SANTA MARIA, MÃE DE DEUS, rogai por nós
pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.” Na continuidade dos anos, esta saudação foi
unida àquela que o Arcanjo Gabriel fez a Maria, conforme o Evangelho de Jesus segundo São
Lucas 1,26-38: “Ave cheia de graça, o Senhor está contigo!” e também, a outra saudação que Isabel
fez a Maria, para auxiliá-la durante os últimos três meses de sua gravidez: “Bendita és tu entre as
mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre.” (Lucas1, 42) Estas três saudações deram origem a
AVE MARIA.
A difusão e posterior expansão do Rosário a Igreja atribui a São Domingos de Gusmão (século XII),
conhecido como o “Apóstolo do Rosário”, cuja devoção propagou aos católicos como arma contra o
pecado e contra a heresia albigense, que assolava Toulose (França).
O terço que consiste em 50 Ave-Marias intercaladas por 10 Pai-Nossos se mantém desde o
pontificado do Papa Pio V (1566-1572), que deu a forma definitiva ao terço que conhecemos hoje
(O Papa era religioso da Ordem de São Domingos). Quanto às meditações, ressaltamos
novamente, que até o ano de 2002, cada Rosário, que era composto de três terços (150 Ave-
Marias) passou a ser composto de quatro terços (portanto, 200 Ave-Marias no total). Foi
quando o Papa João Paulo II inseriu aos mistérios existentes (gozosos, dolorosos e gloriosos),
os mistérios “luminosos” que retratam a vida pública de Jesus.
A palavra Rosário significa ‘Coroa de Rosas’. A Virgem Maria revelou a muitas pessoas que cada
vez que rezam uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue
uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das flores, sendo assim o Rosário é a rosa de todas as
devoções e, portanto, a mais importante.
O Santo Rosário é considerado a oração perfeita porque junto com ele está a majestosa história de
nossa salvação. Com o rosário, meditamos os mistérios de gozo, de dor, de luz e de glória de Jesus e
Maria. É uma oração simples e humilde como Maria.
É uma oração que podemos fazer com ela, a Mãe de Deus. Com o Ave Maria a convidamos a rezar
por nós. A Virgem sempre nos dá o que pedimos. Ela une sua oração à nossa. Portanto, esta é mais
poderosa, porque Jesus recebe o que Maria pede. Jesus nunca diz não ao que sua Mãe lhe pede. Em
cada uma de suas aparições, nos convida a rezar o Rosário como uma arma poderosa contra o
maligno, para nos trazer a verdadeira paz.
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O Rosário ou o Terço é composto de dois elementos: oração mental e oração verbal.
No Santo Rosário a oração mental é a meditação sobre os principais mistérios ou episódios da vida,
morte e glória de Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe.
A oração verbal consiste em recitar quinze dezenas (Rosário completo) ou cinco dezenas da Ave
Maria, cada dezena iniciada por um Pai Nosso, enquanto meditamos sobre os mistérios do Rosário.
5.2. O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE O ROSÁRIO?
A devoção do rosário é preciosa e valorosa por um grande motivo:
É uma Oração Bíblica: O Pai Nosso é a oração que Jesus nos ensinou. A Ave-Maria na primeira
parte, é a saudação que lemos no Evangelho àquela que seria escolhida para ser a Mãe de Deus (Lc
1,28.42). O Rosário (ou Terço) repete as palavras do Evangelho. Quando rezamos, realizamos a
profecia de Maria no Magnificat: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48). Bendita
sois vós entre as mulheres....
Cristo está no Centro do Rosário (e do Terço): Para Cristo se dirigem e dele decorrem todos os
acontecimentos da nossa salvação. Ele nasce. Ele cresce. Anuncia o Reino. Realiza a vontade do
Pai. Sofre a Paixão. Vence a morte. Vive.
São os mistérios da vida de Jesus. São os mistérios do Terço (ou do Rosário).
O "Glória", por nos falar da doxologia trinitária, é o apogeu da contemplação. Ele é posto em
grande evidência no Rosário(ou no Terço). Na medida em que a meditação do mistério tiver sido -
de Ave Maria em Ave Maria - atenta, profunda, animada pelo amor de Cristo e por Maria, a
glorificação trinitária de cada dezena, em vez de reduzir-se a uma rápida conclusão, adquirirá o seu
justo tom contemplativo, quase elevando o espírito à altura do Paraíso e fazendo-nos reviver de
certo modo a experiência do Tabor, antecipação da contemplação futura: « Que bom é estarmos
aqui! » (Lc 9, 33)."(RVM34)
A jaculatória final varia segundo os costumes. Sem diminuir em nada o valor de tais invocações,
parece oportuno assinalar que a contemplação dos mistérios poderá manifestar melhor toda a sua
fecundidade, se tivermos o cuidado de terminar cada um dos mistérios com uma oração para obter
os frutos específicos da meditação desse mistério. (...)
Uma tal oração conclusiva poderá gozar, como acontece já, de uma legítima variedade na sua
inspiração. Assim, o Rosário adquirirá uma fisionomia mais adaptada às diferentes tradições
espirituais e às várias comunidades cristãs. “(RVM35)”.
A recitação termina com a oração pelas intenções do Papa, para estender o olhar de quem reza ao
amplo horizonte das necessidades eclesiais. Foi precisamente para encorajar esta perspectiva
eclesial do Rosário que a Igreja quis enriquecê-lo com indulgências sagradas para quem o recitar
com as devidas disposições.
O centro do Rosário(ou do Terço) é Cristo crucificado. O Rosário é uma oração amorosa e
profunda, devoção querida da piedade popular, que nos mostra ser uma oração Bíblica, pois é
cristológica, uma espécie de compêndio do Evangelho, que concentra a profundidade de toda
a mensagem de Cristo. No Rosário ecoa a oração de Maria. Com ele, o povo cristão freqüenta
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a escola de Maria para introduzir-se na contemplação do rosto de Cristo e na experiência do
seu amor infinito.
5.3. COMO PREPARAR-SE E COMO REZAR O ROSÁRIO?
Para recitar o Rosário com verdadeiro proveito deve-se estar em estado de graça ou pelo menos ter
a firme resolução de renunciar o pecado mortal.
O Santo Rosário nos permite percorrer os grandes momentos da obra salvífica de Cristo,
acompanhados por nossa Mãe Maria, de quem tomamos o exemplo de “guardar todas estas coisas
no coração”.
Além de ter como centro os Mistérios de Cristo, em conexão com a Trindade Santa e a vida de
Nossa Senhora, o Rosário torna presentes as circunstâncias de nossa existência: alegrias,
esperanças, angústias, inspirações, bem como dores e decepções.
O Rosário é “composto de quatro blocos de Mistérios, conforme o acréscimo, feito pelo Papa João
Paulo II, com a edição da Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae”.
Como rezar?
Oferecimento do terço:
Divino Jesus, nós Vos oferecemos este terço que vamos rezar, meditando nos mistérios da nossa
redenção. Concedei-nos, por intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, as virtudes
que nos são necessárias para bem rezá-lo e a graça de ganharmos as indulgências desta santa
devoção. Oferecemos, particularmente, em desagravo dos pecados cometidos contra o Sagrado
Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria, pela paz no mundo, pela conversão dos pecadores,
pelas almas do purgatório, pelas intenções do Santo Padre nosso vigário, pela santificação das
famílias, pelas missões, pêlos doentes, pelos agonizantes, pôr aqueles que pediram nossas intenções
particulares, pelo Brasil e pelo mundo inteiro.
1 - Segurando o Crucifixo, fazer o Sinal da Cruz: Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo.
Amém.
2 - Em seguida, ainda segurando a cruz, rezar o Credo.
Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho,
nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu
sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao
terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a
julgar os vivos e os mortos; creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos
Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
3 - Na primeira conta grande, recitar um Pai Nosso.
Pai-Nosso que estais nos céus, santificado seja vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a
vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as
nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
4 - Em cada uma das três contas pequenas, recitar uma Ave Maria.(em honra à Santíssima Trindade
– Pai, Filho e Espírito Santo)
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o
fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora
da nossa morte. Amém.
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5 - Recitar um Glória antes da seguinte conta grande.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém
6 - Anunciar o primeiro Mistério do Rosário do dia e recitar um Pai Nosso na seguinte conta
grande.
7 - Em cada uma das dez seguintes contas pequenas (uma dezena) recitar um Ave Maria enquanto
se faz uma reflexão sobre o mistério.
8 - Recitar um Glória depois das dez Ave Maria. Também se pode rezar a oração ensinada por
Nossa Senhora, quando de sua aparição em Fátima. (Óh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo
do inferno. Levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem, da
Vossa misericórdia Senhor Jesus. Abençoai o Santo Padre o Papa, os seus sacerdotes e toda a Santa
Igreja. Abençoai as nossas famílias, aumentai a nossa fé e dai-nos a Vossa Paz)
9 - Cada uma das seguintes dezenas é recitada da mesma forma: anunciando o correspondente
mistério, recitando um Pai Nosso, dez Ave Maria e um Glória enquanto se medita o mistério.
10 - Ao se terminar o quinto mistério o Rosário costuma ser concluído com a oração da Salve
Rainha.
Infinitas graças vos damos, soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de
vossas mãos liberais. Dignai- vos agora e para sempre nos tomar debaixo do vosso poderoso
amparo e, para mais vos obrigar, nós vos saudamos com uma Salve-Rainha.
Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os
degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois,
advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrainos
Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém
Mistérios gozosos (segunda-feira e sábado)
1º - O anjo Gabriel anuncia que Maria será a Mãe do Filho de Deus.(Lc 1,26-38)
2º - Maria visita sua prima Isabel. (Lc 1,39-56)
3º - Nascimento de Jesus em uma gruta, em Belém (Lc 2,1-21)
4º - Apresentação do Menino Jesus no templo (Lc 2,22-40)
5º - Encontro de Jesus no templo entre os doutores da lei (Lc 2,41-52)
Mistérios dolorosos (terça-feira e sexta-feira)
1º - Agonia mortal de Jesus no horto das Oliveiras (Mt 26,36-46)
2º - Flagelação de Jesus atado à coluna (Mt 27,11-26)
3º - Coroação de espinhos de Jesus pôr seus algozes (Mt 27,27-31)
4º - Subida dolorosa de Jesus carregando a Cruz até o Calvário (Jo 19,17-24)
5º - Crucificação e Morte de Jesus (Jo 19,25-37)
Mistérios gloriosos (quarta-feira e domingo)
1º - Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 20,1-18)
2º - Ascensão gloriosa de Jesus Cristo ao céu (At 1,4-11)
3º - Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos (At 2, 1-13)
4º - Assunção gloriosa de Nossa Senhora ao céu (Sl 44,11-18)
5º - Coroação de Nossa Senhora no céu (Ap 12,1-4)
Mistérios luminosos (quinta-feira)
1º - O Batismo de Jesus no rio Jordão (Mt 3,13-17)
2º - A sua auto-revelação nas bodas de Caná (Jo 12,1-12)
3º - Jesus anuncia o Reino de Deus com o convite à conversão
(Mc 1,15 * Mc 2,3-13 * Lc 7,47-48 * Jo 20, 22-23)
4º - A Transfiguração de Jesus no monte Tabor (Lc 9,28-36)
5º - A instituição da Eucaristia, expressão sacramental do mistério pascal (Jo 13,1-20)
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5.4. OS BENEFÍCIOS E AS BENÇÃOS DO ROSÁRIO
Conforme as palavras do Santo Padre João Paulo II: O Rosário é a oração para este mundo. Para
salvação das pessoas, para a Transformação das famílias. Para a mudança da nossa sociedade e para
que o mundo seja salvo.
É a oração dos simples, é a oração dos sábios, é a oração dos pobres. É a oração de todos!
É uma Maravilhosa Terapia: Se você vive cansado, se você está com insônia, se procura auxílio nos
calmantes, tente rezar o Rosário(ou o Terço). Ele não é tóxico e produz um efeito maravilhoso. O
Rosário descontrai, gera confiança, acalma as tensões, dá ânimo e motivação para o trabalho, além
da alegria, paciência e tolerância. Nos livra dos pensamentos negativos. É fonte de bênçãos e de
graças. Tente rezá-lo e você mesmo descobrirá.
É uma Oração Simples e Profunda: Até as crianças podem rezar o Rosário e colher seus frutos. É
uma oração simples. Parece que surgiu no meio do povo mais humilde. Mas mesmo os grandes
místicos perceberam nesta oração uma fonte inesgotável de benefícios espirituais. O Rosário é uma
oração profunda.
É uma Escola de Oração: Precisamos aprender a rezar. Muitas pessoas não sabem como se achegar
a Deus. O Terço será uma verdadeira e grande Escola. Ele fortifica a nossa fé, apresenta-nos Maria
como Mediadora, dá-nos lições de penitência, faz retornar os dissidentes.
É uma Oração Atual: Cada dia se fala de meditação. Nosso mundo agitado está começando a dar
sinais de cansaço. Cresce o interesse pelos métodos orientais de oração. O Rosário é de inspiração
oriental....E é cristão. Por que não ensiná-lo às novas gerações?
É uma Oração Libertadora: O Rosário liberta porque nos põe em íntimo diálogo com o Libertador
(Jesus). Maria canta: “Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes” (Lc 1,52.53). Entre
um mistério e outro repetimos: “Jesus, socorrei principalmente os que mais precisarem”. É a opção
preferencial pelos pobres presente no terço. A oração do Terço(ou Rosário) nos livra dos
pensamentos negativos. Nos dá equilíbrio em todas as situações do nosso dia a dia.
É uma Oração Popular: Na cidade ou no campo – religiosos, leigos, bispos, padres, até o Papa,
todos têm uma simpatia especial pelo Rosário(ou o Terço).
Não é a oração oficial da Igreja. Mas sempre foi rezado por toda a Igreja, principalmente pelo povo
simples que encontra nele uma maneira prática de estar com Deus.
É uma oração que traz a paz e a união para as famílias: O Rosário sempre foi oração querida das
famílias e muito favoreceu sua união e seu crescimento. Sua oração torna-se motivo e oportunidade
de a família encontrar-se, no corre-corre da vida e com o pouco tempo que dispõe de estar junto
tomado pelas imagens da televisão. "Retomar a recitação do Rosário em família significa inserir na
vida diária imagens bem diferentes - as do mistério que salva: a imagem do Redentor, a imagem de
sua Mãe Santíssima. A família, que reza unida o Rosário, reproduz em certa medida o clima da casa
de Nazaré: põe-se Jesus no centro, partilha-se com Ele alegrias e sofrimentos, colocam-se em suas
mãos necessidades e projetos, e d'Ele se recebe a esperança e a força para o caminho" (RMV, 41).
Rezando o Rosário pelos filhos e com eles, os pais estarão apresentando as etapas de crescimento de
Jesus, desde a encarnação até a ressurreição como seu ideal de vida. Ao mesmo tempo, estarão
realizando a catequese da oração.
É uma Oração Cinematográfica: Enquanto repetimos as palavras, a imaginação vai criando em
nossa mente o filme da vida de Cristo. Este modo de rezar é conhecido por “contemplação”.
A devoção do rosário é preciosa e nos traz muitos benefícios e bênçãos:
Bênçãos da Oração do Rosário:
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* Proteção especial na vida
* Morte feliz
* Salvação eterna de sua alma
* Não morrerá sem os sacramentos
* Não morrerá flagelado pela pobreza
* Tudo obterá por meio do Rosário
* A devoção do Rosário será sinal certo de salvação
* Os que rezarem o Rosário serão libertos do purgatório no dia de sua morte
* Terão grande glória no Céu
* Aos que propagarem o Rosário, Maria promete ajudar em todas as necessidades.
* Os pecadores serão perdoados.
* As almas áridas serão restauradas.
* Aqueles que estão acorrentados terão suas correntes rompidas.
* Aqueles que choram encontrarão felicidade.
* Aqueles que são tentados encontrarão paz.
* O pobre encontrará ajuda.
* Os religiosos serão corretos.
* Aqueles que são ignorantes serão instruídos.
* O ardente aprenderá a superar o orgulho.
* Os defuntos (as almas santas do purgatório) terão alívio em suas penas do sufrágio.
Benefícios da Oração do Rosário
* Gradualmente nos dá uma perfeita consciência de Jesus.
* Purifica nossas almas, lava o pecado.
* Dá-nos vitória sobre todos nossos inimigos.
* Torna-nos fácil a prática das virtudes.
* Faz arder em nós o amor do Senhor.
* Enriquece-nos de graças e méritos.
* Provém-nos o que é necessário para pagar todos os nossos débitos a Deus e aos irmãos; e,
Finalmente, obtém de Deus, todos os tipos de graças para nós.
Promessas de Maria Santíssima aos devotos do Rosário
* A todos aqueles que recitarem o meu Rosário promete a minha especialíssima proteção.
* Quem perseverar na reza do meu Rosário, receberá graças potentíssimas.
* O Rosário será uma arma potentíssima contra o inferno, destruirá os vícios, dissipará o pecado e
derrubará as heresias.
* O Rosário fará reflorir as virtudes, as boas obras e obterá às almas as mais abundantes a
Misericórdias de Deus.
* Quem confiar-se a Mim, com o Rosário, não será nunca oprimido pelas adversidades.
* Quem quer que recite devotadamente o Santo Rosário, com a meditação dos Mistérios, se
Converterá se pecador, crescerá em graça se justo e será feito digno da vida eterna.
* Os devotos do Meu Rosário na hora da morte, não morrerão sem sacramentos.
* Aqueles que rezam o Meu Rosário encontrarão, durante sua vida e na hora de sua morte, a luz de
Deus e a plenitude das suas graças e participarão aos méritos dos abençoados no Paraíso.
* Eu libertarei, todos os dias, do Purgatório, as almas devotas do Meu Rosário.
* Os verdadeiros filhos do Meu Rosário, gozarão de uma grande alegria no Céu.
Amigo de Deus
"Quando encontrei tuas palavras, alimentei-me; elas se tornaram para mim uma delícia e a
alegria do coração, o modo como invocar teu nome sobre mim, Senhor Deus dos exércitos."
(Jr 15,16)
4.1. O QUE A IGREJA FALA SOBRE A BÍBLIA.
A Palavra de Deus tem sido algo de profunda reflexão na Igreja Católica. Há um clamor em todas
as comunidades para que a Sagrada Escritura seja realmente mais valorizada, mais vivida, mais
amada e mais lida. Não é em vão que os Bispos do mundo inteiro estão estudando este tema no
Sínodo Geral: A PALAVRA DE DEUS NA VIDA E NA MISSÃO DA IGREJA.
Seu objetivo principal deste Sínodo é incentivar a prática do encontro com Jesus Cristo na
Sagrada Escritura.
Fazendo uma pequena comparação, por exemplo, quando compramos um aparelho
eletrônico (televisão, DVD, celular, etc), esses produtos vem com um manual que orienta para o seu
uso correto. Da mesma forma quando queremos conhecer a história de alguém famoso (um santo,
uma santa, um rei, uma rainha, etc), fazemos uso da biografia dessas pessoas. Dessa maneira nós
acabamos conhecendo como não estragar os aparelhos eletrônicos e a história de uma pessoa
humana.
“Encontramos Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja. A Sagrada Escritura, “Palavra de
Deus escrita por inspiração do Espírito Santo”, é, com a Tradição, fonte de vida para a Igreja e
alma de sua ação evangelizadora. Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e
renunciar a anunciá-lo.”
Documento de Aparecida, n. 247.
Aqui está à chave para tomarmos a Palavra de Deus como fonte de inspiração para as nossas
vidas. Para o Povo de Deus, a Bíblia é lugar privilegiado no qual encontra-se a sua história e
experiência pessoal com Deus. Este conjunto de Livros modificou a estrutura da história humana,
tamanha é a profundidade e o irresistível conteúdo contido nestas sagradas páginas.
A Bíblia não foi feita por mentes humanas, mais inspirada por Deus através de diversos
autores. Em comum tiveram a preocupação em manter a história e a identidade de um povo amado e
escolhido. A bíblia possui dois testamentos: o Antigo e o Novo, o primeiro preparou a vinda do
messias, Jesus Cristo, narrada no Novo Testamento.
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"Testamento" tem aqui o sentido antigo de "pacto atestado", pois a experiência religiosa de
Israel se apresenta em forma de um pacto, uma aliança oferecida por Deus ao "povo eleito",
Israel, e, segundo os cristãos, renovada e ampliada por Jesus de Nazaré para o mundo inteiro.
4.2. COMO PREPARAR-SE PARA LER A BÍBLIA.
Para conhecermos Jesus Cristo, reconhecê-lo como filho de Deus e orientarmos nossa vida
conforme o anúncio Evangelho, é necessário irmos direto na fonte da verdade, que está contida nas
linhas e páginas das nossas Bíblias.
Esse é o caminho para consolidarmos nossa intimidade com Jesus Cristo, tê-lo como aquele
amigo que está sempre ao nosso lado, e não como uma pessoa distante ou indiferente a nossa
realidade.
Na Palavra de Deus encontramos toda a História da Salvação (Antigo e Novo Testamento),
não é uma história qualquer, é a revelação do mistério de Deus aos homens. Esta nos acompanha
desde o início da nossa criação até o fim de nossa peregrinação sobre a terra.
Deixando ser guiados pelas orientações e ensinamentos da Palavra de Deus, os cristãos serão
capazes de responder às exigências do mundo atual no tocante as diversas injustiças que
acompanhamos e presenciamos.
Seremos uma comunidade reflexo do amor de Deus no seio do mundo, nossas obras e nosso
testemunho serão frutos da ação do Espírito Santo e do conhecimento da Bíblia.Não precisaremos
ter medo de palavras humanas, mas o próprio Deus nos inspirará a falarmos as suas palavras. Além
é claro de dar razoes da sua fé (Ler 1 Pe 3,15).
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4.3. SEGUNDO A BÍBLIA O QUE DEUS NOS FALA SOBRE A SUA PALAVRA.
“A Palavra de Cristo habite em vós com abundância, para vos instruirdes e aconselhardes uns
aos outros, com toda a sabedoria. E, com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o
coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes por palavras ou por obras, seja tudo em
nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai” (Col 3, 16-17).
É necessário que o homem contemporâneo tome contato com a Palavra de Deus. A falta de
orientação e conhecimento faz o ser humano buscar caminhos para Deus em realidades diversas e
por muitas vezes confusas. A Palavra do nosso Deus permanece eternamente (Is 40,8). É fonte de
verdade e de satisfação para o homem.
“É tão grande a força poderosa que se encerra na palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo
vigoroso para a Igreja, firmeza na fé para seus filhos, alimento da alma, perene e pura fonte da
vida espiritual.” (Dei Verbum, n. 21)
4.4. QUAIS OS BENEFÍCIOS E EFEITOS DA LEITURA ORANTE DA BÍBLIA?
O distanciamento dos católicos desta riqueza inesgotável preocupa a Igreja. Da Palavra de
Deus encontramos Jesus Cristo, a Revelação de Deus aos homens, a salvação da humanidade e a
garantia da vida eterna.
Lutemos por dedicar um tempo para a leitura da Bíblia entre as famílias, nas pastorais, nos
movimentos, enfim, que em nossas comunidades, ela seja lembrada o ano todo e não apenas em
Setembro durante o mês da Bíblia.
Diz São Jerônimo: “A carne do Senhor é verdadeira comida e o seu sangue verdadeira
bebida; é esse o verdadeiro bem que nos é reservado na vida presente: alimentar-nos da sua carne e
beber o seu sangue, não só na Eucaristia, mas também na leitura da Sagrada Escritura.
A Palavra de Deus ilumina a vida dos católicos e está presente na comunidade reunidas em
diversas ações: catequese, liturgia e oração, nos sacramentos, nos cursos e encontros de formação,
etc. Afastar-se dela é perder um importante alimento para a nossa vida interior e de crescimento na
escola da fé.
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4.5. QUAIS OS PREJUÍZOS QUANDO NÃO ESTUDAMOS A BÍBLIA?
O discípulo missionário do século XXI precisa estar fundamentado nas Sagradas Escrituras,
sua missão vai ser proclamar àquilo que lê, crê e celebra a partir do seu encontro pessoal com Jesus
Cristo. O anúncio do Evangelho atinge o coração do ser humano quando nos abrimos a experiência
do amor de Deus e da misericórdia contida na Palavra de Deus.
Se nossa experiência com Deus não parte da Sagrada Escritura perdemos uma fonte sagrada
que nos leva a Santidade, além é claro, de dirigirmos nossa vida pela nossa vontade humana e não
pela vontade divina. E infelizmente nos guiamos por outros caminhos que nós conhecemos, por
exemplo, televisão, internet, etc, que nem sempre nos levam para Deus.
4.6. COMO LER A BÍBLIA?
Um dos métodos para transformar a Bíblia como itinerário de oração é o que conhecemos
por Lectio Divina. Ele é composto de quatro momentos interligados. Mas atenção é preciso dar um
tempo diário da nossa vida para Deus, realmente privilegiar essa prática ou outras que nos ajudam a
tomar intimidade com a Bíblia.
Os momentos são:
Leitura: Lê-se, em primeiro lugar, a sós ou em grupo, uma passagem da Escritura;
Meditação: Segue-se um tempo de meditação, que é um aprofundamento do sentido do que
se leu, apelando à inteligência, à memória, à imaginação e ao desejo, eventualmente com a partilha
da palavra;
Oração: Na medida em que se vai escutando o que Deus diz, o fiel responde com a oração,
que pode ser de arrependimento, de ação de graças, de intercessão, de súplica ou de louvor;
Contemplação: Na medida da graça do Espírito Santo, esta oração desabrocha em
saborosos momentos de contemplação, que tornam mais viva e íntima a comunhão com Deus, e
predispõe a alma para uma vida mais santa e mais ativa na realização do Reino de Deus.
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4.7. QUAL A REGULARIDADE PARA LER A BÍBLIA? QUEM PODE LER A BÍBLIA?
A Bíblia deve ter um lugar de destaque em nossa vida, portanto, o ideal é que seja lida
diariamente e principalmente que todos os cristãos a leiam e tenham por ela apreço e respeito. Com
isso teremos cristãos mais apaixonados e conscientes do valor da Sagrada Escritura.
“Esta leitura orante, bem praticada, conduz ao encontro com Jesus-Mestre, ao conhecimento
do mistério de Jesus-Messias, à comunhão com Jesus-Filho de Deus e ao testemunho de Jesus-
Senhor do universo. Com seus quatro momentos (leitura, meditação, oração, contemplação), a
leitura orante favorece o encontro pessoal com Jesus Cristo semelhante ao modo de tantos
personagens do evangelho: Nicodemos e sua ânsia de vida eterna (cf. Jo 3,1-21), a Samaritana
e seu desejo de culto verdadeiro (cf. Jo 4,1-12), o cego de nascimento e seu desejo de luz
interior (cf. Jo 9), Zaqueu e sua vontade de ser diferente (cf. Lc 19,1-10)... Todos eles, graças a
este encontro, foram iluminados e recriados porque se abriram à experiência da misericórdia
do Pai que se oferece por sua Palavra de verdade e vida. Não abriram seu coração para algo
do Messias, mas ao próprio Messias, caminho de crescimento na “maturidade conforme a sua
plenitude” (Ef 4,13), processo de discipulado, de comunhão com os irmãos e de compromisso
com a sociedade.”
Documento de Aparecida, n. 249.
4.8. PARA REFLETIR.
o Quanto tempo temos disponibilizado para o estudo ou para lermos a Palavra de
Deus?
o Que atenção damos à Palavra de Deus no nosso grupo de oração?
o A Palavra de Deus tem inspirado a minha vida pessoal e meu testemunho nos lugares
onde freqüento (família, trabalho, escola, faculdade, Igreja, etc)?
Amigo de Deus
Cresce cada vez mais na consciência dos cristãos a necessidade de viver na graça de Deus.
Sabemos pela Palavra de Deus, que a única coisa que pode nos afastar do amor de Deus é o pecado,
pois o pecado é desobediência a Deus, afastamento de Deus, desejo humano de ser “como deuses”,
conhecendo e determinando o bem e o mal (Gn 3,5). Mas, a misericórdia infinita de Deus não recua
diante do nosso pecado: Deus não nos rejeita, mesmo quando voltamos às costas para Ele. Como o
pastor que vai atrás da ovelha perdida (Lc 15, 1-7), Deus vai ao nosso encontro, não para condenar,
não para punir ou acertar as contas, mas para salvar e amar. Nisso reside o mistério da misericórdia
divina.
Como nos ensina o Catecismo (n. 1846), “o Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da
misericórdia de Deus para com os pecadores”. Desde o anúncio da vinda de Jesus, já se destaca sua
tarefa de reconciliador entre Deus e os homens. Lemos no início do Evangelho de São Mateus o que
o anjo disse a José: “Por-lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados”
(Mt 1, 21).
Queremos propor neste artigo elementos para um aprofundamento da reflexão sobre o
sacramento da reconciliação, a fim de que você e eu possamos nos aproximar ainda mais de Deus
pela vivência desse sinal visível e extraordinário de sua infinita misericórdia. Pautamo-nos,
sobretudo, pela Palavra de Deus e pelo Catecismo da Igreja Católica, cujas referências estão aqui
apresentadas para favorecer seu estudo pessoal do tema.
3.1. O QUE A IGREJA FALA SOBRE A RECONCILIAÇÃO.
O Catecismo da Igreja Católica é, sem dúvida, a grande referência da palavra da Igreja sobre
as verdades da fé, incluindo o sacramento da reconciliação. Ele faz alusão a outros textos
importantes do magistério da Igreja (os escritos dos papas, documentos do Concílio Vaticano II,
etc).
A reconciliação deve ser compreendida à luz do ensinamento da Igreja sobre o pecado.
Convido você a dedicar algum tempo para estudar o que o Catecismo nos ensina sobre este tema (n.
1846-1876). A melhor síntese do que é o pecado foi descrita por Santo Agostinho, que escreveu: “O
pecado é amor de si mesmo até ao desprezo de Deus”. Santo Agostinho, sem dúvida, viveu a
experiência do pecado e da misericórdia, como nos relata em suas Confissões. Por isso, ele é aqui
citado diversas vezes, como uma referência pessoal, mas também como o maior representante da
tradição patrística da Igreja.
Onde o pecado manifestou toda sua força e violência? O Catecismo responde a esta pergunta
dizendo:
“É precisamente na paixão, em que a misericórdia de Cristo o vai vencer, que o pecado
manifesta melhor a sua violência e a sua multiplicidade: incredulidade, ódio assassino,
rejeição e escárnio por parte dos chefes e do povo, cobardia de Pilatos e crueldade dos
soldados, traição de Judas tão dura para Jesus, negação de Pedro e abandono dos
discípulos. No entanto, mesmo na hora das trevas e do príncipe deste mundo, o sacrifício
de Cristo torna-se secretamente a fonte de onde brotará, inesgotável, o perdão dos nossos
pecados” (Catecismo, n. 1851).
O Concílio Vaticano II nos ensina que a reconciliação tem um duplo sentido: em primeiro
lugar, refere-se ao nosso reencontro com Deus; em segundo lugar, significa também nossa
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reconciliação com a Igreja: “Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da
misericórdia de Deus o perdão da ofensa a Ele feita e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a
Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade, exemplo e oração, trabalha pela
sua conversão” (LG, 11).
O Catecismo reforça este ensinamento, quando escreve:
“O pecado é, antes de mais, ofensa a Deus, ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo
tempo, é um atentado contra a comunhão com a Igreja. É por isso que a conversão traz
consigo, ao mesmo tempo, o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, o que é
expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da Penitência e Reconciliação”
(Catecismo, n. 1440).
Chamamos a atenção para o uso que a Igreja faz de diferentes nomes para esse sacramento.
Cada um deles indica uma direção diferente, que não se opõem nem se excluem, mas se
complementam. Cada um deles mostra uma ênfase distinta, como as várias faces de um diamante:
1) a penitência acena mais para o sacrifício, a pena, a expiação do pecado; ela
“consagra um esforço pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de satisfação do
cristão pecador” (Catecismo, n. 1423);
2) a confissão indica mais a atitude de assumir publicamente nossos erros e de
tomarmos consciência de nossa responsabilidade; a Igreja declara que “a confissão dos
pecados diante de um sacerdote é um elemento essencial desse sacramento” (Catecismo,
1424);
3) chama-se também sacramento do perdão, pois por meio dele Deus nos concede “o
perdão e a paz”, como reza a fórmula da absolvição;
4) por fim, é o sacramento da reconciliação que melhor explica a natureza e o
mistério desse sacramento: por ele, desfazemos o abismo que nos separou de Deus, reatamos
o nó que nos liga a Deus, voltamos à amizade e à convivência com Deus, como Jesus
mostrou pela parábola do filho pródigo (Lc 15, 11-32) e cumprimos aquilo que o Apóstolo
Paulo nos ensina: “Reconciliai-vos com Deus” (2Cor 5,20).
A Igreja também nos convida a observar os tempos propícios à conversão ao longo do ano
litúrgico:
“Os tempos e os dias de penitência no decorrer do Ano Litúrgico (tempo da Quaresma,
cada sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática
penitencial da Igreja. Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios
espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as
privações voluntárias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras caritativas e
missionárias)” (Catecismo, n. 1438).
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3.2. SEGUNDO A BÍBLIA O QUE DEUS NOS FALA SOBRE A RECONCILIAÇÃO.
Do Gênesis ao Apocalipse reconhecemos as linhas da história da salvação, onde o Deus-
Amor quer estabelecer os vínculos com sua criatura “feita à sua imagem” e amada com amor de
predileção. Embora não possamos nos deter exaustivamente aqui em analisar toda a tradição
bíblica, vamos acenar para alguns pontos.
A Palavra de Deus revela a condição humana, na qual todos somos pecadores: “Se
dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1 Jo
1, 8). Todo o Antigo testamento é uma expressão viva do amor de Deus que quer restabelecer a
Aliança, tantas vezes destruída pela nossa infidelidade.
Em Jesus, contudo, o coração misericordioso do Pai se derrama em amor e compaixão pelos
homens. Mas, Deus não nos força a aceitar a redenção. Por isso, Jesus nos convida à conversão: “O
tempo chegou ao seu termo, o Reino de Deus está próximo: convertei-vos e acreditai na boa-nova”
(Mc 1,15). A conversão é, pois, uma atitude pessoal que deve nascer do amor a Deus despertado
pelo Seu Amor por nós. É Deus, pois, que com Seu Amor nos ajuda a dar o passo da conversão: a
conversão, assim, também é dom de Deus operado em nós, como expressa o livro das Lamentações
“Convertei-nos, Senhor, e seremos convertidos” (Lm 5, 21).
Jesus nos ensinou a rezar pedindo perdão a Deus: “Perdoai-nos as nossas ofensas” (Lc 11, 4)
e mostrou que só Deus perdoa os pecados (Mc 2,7). Mas, mostrou também que o Filho do Homem
tem poder de perdoar os pecados (Mc 2,10) e Jesus exerce este poder: “Teus pecados estão
perdoados” (Mc 2,5; Lc 7,48).
Em virtude de sua autoridade divina, Jesus transmite o poder de perdoar os pecados aos
homens, para que o exerçam em seu nome (Jo 20, 21-23 e Catecismo, n. 1441). Jesus “confiou o
exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico. É este que está encarregado do
‘ministério da reconciliação’ (2Cor 5, 18). O apóstolo é enviado ‘em nome de Cristo’ e ‘é o próprio
Deus’ que, através dele, exorta e suplica: ‘Deixai-vos reconciliar com Deus’ (2Cor 5, 20)”
(Catecismo, n. 1442).
E ainda diz o Catecismo:
“Ao tornar os Apóstolos participantes do seu próprio poder de perdoar os pecados, o
Senhor dá-lhes também autoridade para reconciliar os pecadores com a Igreja. Esta
dimensão eclesial do seu ministério exprime-se, nomeadamente, na palavra solene de
Cristo a Simão Pedro: ‘Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus; tudo o que ligares na terra
ficará ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra ficará desligado nos céus’ (Mt 16,
19). Este mesmo encargo de ligar e desligar, conferido a Pedro, foi também atribuído ao
colégio dos Apóstolos unidos à sua cabeça (Mt 18,18; 28, 16-20)” (Catecismo, n. 1444).
A Palavra de Deus também nos ensina que é o Espírito Santo quem nos convence a respeito
do pecado (Jo 16, 8-9). O Espírito Santo “dá ao coração do homem a graça do arrependimento e da
conversão” (Catecismo, n. 1433 e At 2,36-38). São Paulo afirma, pois: “Vós fostes lavados, fostes
santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus” (1
Cor 6, 11).
A Bíblia ainda revela que a Eucaristia também é sinal da misericórdia de Deus que se
derrama sobre nós, pecadores: “Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por
muitos para a remissão dos pecados” (Mt 26,28), são as palavras de Jesus repetidas no rito
eucarístico da consagração. Recordando o ensinamento do Concílio de Trento, o Catecismo nos diz
19
que a Eucaristia “é o antídoto que nos livra das faltas quotidianas e nos preserva dos pecados
mortais” (Catecismo, n. 1436).
Iluminados pela Palavra de Deus, devemos nos esforçar para sermos “santos e imaculados
na sua presença” (Ef 1, 4). Devemos viver o amor e a misericórdia, como resposta ao amor e à
misericórdia que Deus tem por nós, pois só o amor “cobre uma multidão de pecados” (1Pe 4, 8).
3.3. COMO PREPARAR-SE PARA O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO.
A preparação para o sacramento da reconciliação começa pelo exame de consciência, pelo
qual revemos nossas ações, pensamentos e atitudes e os comparamos com aquilo que Deus quer. A
vontade de Deus e seus mandamentos devem ser a nossa referência de vida e, portanto, a baliza de
nosso exame de consciência. Deus respeita nossa consciência, Ele não nos invade, mas nos convida
a nós mesmos reconhecermos nossa pequenez e limitação, derramando nossa alma na presença do
Senhor (1Sm 1,15).
O exame de consciência leva ao arrependimento sincero ou contrição. Quando percebo que
minhas atitudes e ações não correspondem ao que Deus quer, o Amor de Deus acende em nós
aquela saudade de viver perto de Deus. É esta saudade de Deus que nos leva ao arrependimento.
Vale a pena rezar o Salmo 50, para compreender a dinâmica de um coração arrependido.
Acima de tudo, o exame de consciência e o arrependimento devem estar assentados numa
atitude interior, como nos ensina o Catecismo:
“Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitência não
visa primariamente as obras exteriores, ‘o saco e a cinza’, os jejuns e as mortificações,
mas a conversão do coração, a penitência interior: Sem ela, as obras de penitência são
estéreis e enganadoras; pelo contrário, a conversão interior impele à expressão dessa
atitude cm sinais visíveis, gestos e obras de penitência” (Catecismo, n. 1430).
Portanto, “a conversão é, antes de mais, obra da graça de Deus, a qual faz com que os nossos
corações se voltem para Ele” (Catecismo, n. 1431). Esta disposição de voltar-se para Deus constitui
o elemento fundamental da preparação para a confissão.
3.4. A IGREJA ADOTA A CONFISSÃO COMUNITÁRIA?
Sobre este ponto, de particular atenção, vejamos o que nos diz a Igreja:
“A confissão individual e íntegra e a absolvição constituem o único modo ordinário pelo
qual o fiel, consciente de pecado grave, se reconcilia com Deus e com a Igreja: somente
a impossibilidade física ou moral o escusa desta forma de confissão. Há razões
profundas para que assim seja. Cristo age em cada um dos sacramentos. Ele dirige-Se
pessoalmente a cada um dos pecadores: ‘Meu filho, os teus pecados são-te perdoados’
(Mc 2, 5); Ele é o médico que Se inclina sobre cada um dos doentes com necessidade
d'Ele para os curar: alivia-os e reintegra-os na comunhão fraterna. A confissão pessoal é,
pois, a forma mais significativa da reconciliação com Deus e com a Igreja” (Catecismo,
n. 1484).
Contudo, a Igreja também reconhece a necessidade da confissão com absolvição geral.
Vejamos o texto do Catecismo a este respeito:
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“Em casos de grave necessidade, pode-se recorrer à celebração comunitária da
reconciliação, com confissão geral e absolvição geral. Tal necessidade grave pode
ocorrer quando há perigo iminente de morte, sem que o sacerdote ou os sacerdotes
tenham tempo suficiente para ouvir a confissão de cada penitente. A necessidade grave
pode existir também quando, tendo em conta o número dos penitentes, não há
confessores bastantes para ouvir devidamente as confissões individuais num tempo
razoável, de modo que os penitentes, sem culpa sua, se vejam privados, durante muito
tempo, da graça sacramental ou da sagrada Comunhão. Neste caso, para a validade da
absolvição, os fiéis devem ter o propósito de confessar individualmente os seus pecados
graves em tempo oportuno. Pertence ao bispo diocesano julgar se as condições
requeridas para a absolvição geral existem. Uma grande afluência de fiéis, por ocasião
de grandes festas ou de peregrinações, não constitui um desses casos de grave
necessidade” (Catecismo, n. 1483).
3.5. QUAIS OS BENEFÍCIOS E EFEITOS DA CONFISSÃO?
O maior benefício da confissão é voltar a viver “de acordo com Deus”, como Santo
Agostinho escreveu:
“Aquele que confessa os seus pecados e os acusa, já está de acordo com Deus. Deus
acusa os teus pecados; se tu também os acusas, juntas-te a Deus. O homem e o pecador
são, por assim dizer, duas realidades distintas. Quando ouves falar do homem, foi Deus
que o criou: quando ouves falar do pecador, foi o próprio homem quem o fez. Destrói o
que fizeste, para que Deus salve o que fez. [...] Quando começas a detestar o que fizeste,
é então que começam as tuas boas obras, porque acusas as tuas obras más. O princípio
das obras boas é a confissão das más. Praticaste a verdade e vens à luz” (Cf. Catecismo,
n. 1458).
A confissão opera em nós duas reconciliações, o restabelecimento de dois laços: com Deus e
com a Igreja, como já dissemos, mas é preciso sublinhar novamente. De fato, “toda a eficácia da
Penitência consiste em nos restituir à graça de Deus e em unir-nos a Ele numa amizade perfeita. O
fim e o efeito deste sacramento são, pois, a reconciliação com Deus” (Catecismo, n. 1468). Por
outro lado, “este sacramento reconcilia-nos com a Igreja. O pecado abala ou rompe a comunhão
fraterna. O sacramento da Penitência repara-a ou restaura-a. Nesse sentido, não se limita apenas a
curar aquele que é restabelecido na comunhão eclesial, mas também exerce um efeito vivificante
sobre a vida da Igreja que sofreu com o pecado de um dos seus membros” (Catecismo, 1469).
3.6. QUAIS OS PREJUÍZOS QUANDO NÃO CONFESSAMOS REGULARMENTE?
O maior prejuízo da falta de confissão regular é viver longe da graça de Deus.
Comprometemos e colocamos em risco, assim, a nossa própria salvação. “Deus nos criou sem nós,
mas não quis salvar-nos sem nós” (Santo Agostinho). Por isso, sem nossa atitude livre e decidida de
recorrer ao perdão de Deus e de nos converter, Deus não pode nos salvar.
Precisamos entender que “a confissão regular dos nossos pecados veniais ajuda-nos a formar
a nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir
na vida do Espírito. Recebendo com maior freqüência, neste sacramento, o dom da misericórdia do
Pai, somos levados a ser misericordiosos como Ele” (Catecismo, 1458).
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3.7. QUAL A REGULARIDADE DA CONFISSÃO?
A Igreja nos ensina que a confissão deve ser buscada “ao menos uma vez ao ano”
(Catecismo, n. 1457). Contudo, não devemos nos contentar com o mínimo. Jesus mesmo fala,
referindo-se à pecadora que sentou-se a seus pés na casa de Simão: “A quem muito amou, muito foi
perdoado”. Quanto mais amamos a Deus, mais somos por ele perdoados. Quanto mais recorremos
ao Seu Amor, mais Ele desce a nós e nos faz viver em comunhão com Seu Espírito. Por isso, a
Igreja também afirma que “Sem ser estritamente necessária, a confissão das faltas quotidianas
(pecados veniais) é contudo vivamente recomendada pela Igreja” (Catecismo, n. 1458).
No caso de pecados graves, no entanto, a Igreja assim ensina:
“Aquele que tem consciência de haver cometido um pecado mortal, não deve receber a
sagrada Comunhão, mesmo que tenha uma grande contrição, sem ter previamente
recebido a absolvição sacramental; a não ser que tenha um motivo grave para comungar
e não lhe seja possível encontrar-se com um confessor” (Catecismo, n. 1457).
3.8. QUEM PODE SE CONFESSAR?
Conforme a recomendação da Igreja, “todo o fiel que tenha atingido a idade da discrição,
está obrigado a confessar fielmente os pecados graves, ao menos uma vez ao ano” (Catecismo, n.
1457) e, ainda: “As crianças devem aceder ao sacramento da Penitência antes de receberem pela
primeira vez a Sagrada Comunhão” (Catecismo, n. 1457).
Há ainda um outro aspecto: a confissão deve ser buscada por aqueles cristãos que, de fato,
querem (e podem) realizar a conversão de vida. Não é lícito buscar o sacramento sem sincero
arrependimento e mudança de vida. Se eu busco o sacramento, mas não quero deixar de viver como
estava vivendo, em estado de pecado, estou abusando da graça de Deus.
3.9. CONCLUSÃO
Esta breve reflexão, evidentemente, não encerra toda a riqueza doutrinal e bíblica sobre o
sacramento da reconciliação. Oferece, contudo, algumas pistas para o aprofundamento que deve ser
feito por você e por mim.
Gostaria de encerrar convidando você a rezar e interiorizar, na unção do Espírito Santo, o
que a Igreja expressa no rito da confissão, na conhecida fórmula da absolvição. Faço votos de que
você e eu possamos viver com cada vez mais profundidade o mistério do amor misericordioso de
Deus que se desvela no sacramento da confissão.
Deus, Pai de misericórdia, que, pela morte e ressurreição de seu Filho, reconciliou o
mundo consigo e enviou o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério
da Igreja, o perdão e a paz. E Eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo.