domingo, 15 de abril de 2012

Os presentes dos magos a Jesus

Os três reis magos representam aqui toda a humanidade, logo após eles encontrarem o menino Jesus eles abriram seus cofres e ofereceu presentes ao menino Jesus, mas de fato que da o presente é o próprio Jesus, pois ele se da a todos os homens e mulheres de todos os tempos e épocas, sua manifestação ou sua Teofania, cada um dos presentes tem um significado todo especial, vamos nos aplicar a cada um deles agora:

01 – Ouro – era algo oferecido aos reis como pagamento, ele representa a realeza e eles reconhecem que Jesus é rei.

02 – Incenso – era um produto oferecido no culto a Deus, eles reconhecem que Jesus é Deus.

03 – Mirra – era uma substancia que se usava para preparar o corpo logo após a morte, portanto eles reconhecem que Jesus iria morrer na cruz. O reconhecimento dos magos era que Jesus é rei, é Deus e sendo Deus iria sofrer e morrer e depois iria ressuscitar, que não apenas saibamos reconhecer Jesus naquilo que de fato ele é, pois o diabo também sabe disso, Marcos 1;23-24, mas que submetemos a sua direção em nossa vida

Que maravilha é isso

Amados (a) aqui esta o grande segredo para sermos pessoas bem determinadas e consciente das coisas, vejam só isso em Romanos 5;5: Por que o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Deus Pai nunca poderia esperar que nós seres humanos nos amassássemos uns aos outros sem antes ter nos capacitados para isso, este amor nos possibilita a amar até aquelas pessoas que não nos amam, coisas deste tipo somente Deus pode realizar por nós ou em favor de nós, viver desta maneira é viver um estilo de vida bem cristão, até as pessoas que nunca foram amadas pelas pessoas, se elas sentirem este amor ágape em seu coração será capaz de amar aqueles que nunca olharam para elas com amor, ao contrario se ficarmos olhando para o amor que as pessoas não nos deram, vamos aos poucos fechando em nós mesmo e corremos o risco de ficar doentes e morrermos antes do tempo, ter o olhar fixos em Jesus é a maneira correta de viver a vida em plenitude como Jesus assim falou em João 10;10

Não somos donos do mundo e sim filhos do dono do mundo

O grande relato que esta em Cantares de Salomão ou Livro dos Cânticos no capitulo 2;8-14 narra-se a maneira de como um namorado se declara a sua noiva, falando a ela que ela a pertence a ele, sabemos que este Livro é Sapiencial, por que ele revela algo por meio de sua historias, assim como este namorada diz que a noiva pertencia a ele, assim Deus nos afirma que nós pertencemos a ele, embora não vivamos como filhos dele, e nem obedecemos a ele como nosso pai, quem na maioria das vezes quebra a aliança não é Deus é sim o homem e a mulher, mas Deus nunca desiste de cada pessoa, mesmo que este por sua própria vontade e por seu livre arbítrio o rejeita-o em seu coração e em sua vida, veja o que Paulo falou aos Romanos no capitulo 8;37: Quem nos separá do amor de Cristo? A tribulação? A angustia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada. Veja como isso nos trás consolação ao nosso coração sabendo que existe alguém que se preocupas conosco em todos os dias.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Deus vem derramando seu espírito sobe a igreja para nos levar à vida de oração, de meditação e de adoração, porque nos querem santos. Quer que procuremos viver a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem o qual ninguém pode ver o senhor.

Mas o homem foi atingido no seu ser, pelo pecado, e o pecado enfraquece todo homem, na sua vontade, abala e confunde a liberdade que Deus nos dá; atinge todo centro emocional, psíquico e espiritual do homem. Mas o espírito santo de Deus; enviado para nós por Jesus, realiza em nós a restauração dos elos quebrados; pelo batismo somos mergulhados na graça de Deus, e que a força do Espírito Santo que nos dá condições de sermos restaurados para amá-lo e servi-lo, nos animando não somente para alcançar o reino dos céus, mas para viver o reino de Deus aqui na terra.

O Espírito Santo; procede do Pai e do filho Jesus, nosso salvador.

JOAO 15,26 – Quando vier o paráclito; que enviarei da parte do Pai. Ele dará testemunho de mim.

Sua missão é uma ação transformadora, para uma santificação a fim de renovar e restaurar a imagem e semelhança de Deus em nós. Rejuvenesce a igreja, renova perpetuamente a união da igreja com Deus. Igreja (povo reunido na unidade do pai e do Espírito Santo).

O Espírito Santo gera em nós comunicação perfeita com Deus pelos dons.



DONS DE SANTIFICAÇÃO.



DONS HIERÁRQUICOS OU INFUSOS recebidos no batismo e confirmados na crisma pra o fortalecimento de cada um, na sua santificação. Para crescimento e fortalecimento pessoal.



DIFERENTES DONS CARISMÁTICOS graças e ferramentas dadas para o bem comum e edificação da igreja. Usadas para auxiliar o seu irmão e construir comunidade, no exercício da caridade. Vamos nos aprofundar nos dons de santificação pessoal (dons hierárquicos ou infusos), no batismo o Espírito Santo infunde (virtudes sobrenaturais e os dons de santificação).



VIRTUDES – são bons hábitos que praticamos que tornam nossa alma capaz de executar com facilidade, prontidão e prazer tudo o que somos convidados por Deus.



VIRTUDES TEOLOGAIS - são a fé, esperança e a caridade: a fé consiste em crer; a esperança em ter certeza de realização das promessas de Deus; a caridade em amar a Deus e ao próximo.

VIRTUDES CARDEAIS – prudência, justiça, fortaleza e temperança:

Prudência – consiste em examinar com bom senso;

Justiça – dar ao próximo o que lhe pertence / dar a Deus o culto devido;

Fortaleza – ter paciência e aceitação das dificuldades, não desanimar diante dos problemas e permanecer fiel nas tentações.

Temperança – moderação nos prazeres sobriedade na bebida e na comida, castidade, humildade (moderação de si próprio).

As virtudes são praticadas dia a dia, se tornamos ativos a praticá-los e exercitá-los.

Os dons requerem de nossa parte entrega e docilidade.



VIRTUDE - quando a criança começa a andar, segurando nas mãos do pai, mas cada passo lhe custa um esforço enorme.



TEMOR A DEUS – o conhecimento do grande amor de Deus por nós, l JO 4,18 – no amor não há temor, pois o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor. (l JO 4,18 precisamos diferenciar o temor de Deus de medo).



TEMOR DE DEUS – o temor humano é medo; o filho tem medo do pai ou da mãe; o aluno teme a professora; medo de escuro; medo de andar de avião, elevador.



TEMOR SERVIL – é o medo de ser castigado por Deus, não é perfeito porque não é amor, é medo.

O temor de Deus é filial, é não querer fazer nada que possa nos afastar do pai que nos criou e nos ama. O filho que ama o pai não quer ficar longe dele, nem fazer algo que possa magoar.

O temor de Deus é um dom do Espírito Santo que nos inclina ao respeito filial a Deus e nos afasta do pecado.

Perto de Deus e longe do pecado que nos afasta de Deus.

No crescimento a abertura ao dom do temor a Deus, passamos por:

1ª FASE – em que o Espírito Santo produz em nós o horror ao pecado e as forças para vencer as tentações.

2ª FASE – além do horror ao pecado, passamos a aceitar coisas que não são pecado, mas são sinais de imperfeição, e passamos a valorizar a igreja, os sacerdotes e tudo que é sagrado.

3ª FASE – aderimos tão profundamente a Deus que nos afastamos de tudo que não nos leva a Deus, todo o supérfluo perde o valor para nós. Chegamos ao ponto glorioso que Jesus disse: MT 5,3 Sermão da Montanha, bem aventurado os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Condição para receber esse dom é a humildade (MT 18,4) Jesus disse que aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no reino dos céus.

(LC 18,14), pois todo que se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.

(Tiago 4,6 e Pd 5,5) Deus resiste aos soberbos, mas dá a tua graça aos humildes. Podemos orar pedindo: Jesus manso e humilde de coração faça o nosso coração semelhante ao vosso.

O temor a Deus é a abertura aos outros dons de santificação.

PROVÉRBIOS 9,10 “O temor de Deus, é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do santo é a inteligência”.

A sabedoria humana é falha e limitada; a sabedoria de Deus é como um raio de luz provindo de Deus que ilumina nosso entendimento e aquece o nosso coração.



SABEDORIA – somos desligados das coisas de Deus pelo pecado, o Espírito Santo, através do dom de sabedoria, nos ajuda a afastar-se do mal, nos dá saber espiritual para viver a vida de Deus, em união com Deus, fazendo o que é agradável a Deus.

(Sabedoria 9,6) oração (rei Salomão) pedindo sabedoria diz: mesmo que alguém fosse o mais perfeito dos homens, se lhe faltasse à sabedoria que provém de ti; ele de nada valeria. Ela sabe o que é agradável aos olhos do senhor e o que é conforme os teus mandamentos.

Dom de sabedoria não é o mesmo que dom carismático de palavra de sabedoria, palavra de sabedoria é dom de serviço onde Deus dá uma palavra que serve de conselho ou consolo pra nosso irmão.

O dom infuso de sabedoria é o dom de santificação pessoal que nos faz saborear o entendimento das coisas de Deus, e amar tudo o que Deus fez e faz por nós.

Compreendemos que Deus é amor. Todos os dons e virtudes são fortalecidas em nós porque experimentam a presença amorosa de Deus, e com certeza que iremos provar intensamente essa presença na vida eterna.

A sabedoria celeste fez Maria (Nossa Senhora) compreender e aceitar os planos de Deus para sua vida, e a encheu de amor a Deus e ao próximo.





FORTALEZA – o espírito dá força e coragem, para suportar e superar os problemas e tentações, pois a nossa vontade fica enfraquecida pelo pecado. Fraqueza x força Paulo afirma-tudo posso naquele que me fortalece, e Paulo passou por muitos sofrimentos e provações, mas era sustentado pelo senhor.

Atos 7,59 – encontramos o sofrimento e sacrifício de Estevão; 1° mártir cristão: embora Estevão, cheio de graça e fortaleza, fizesse acontecer grandes milagres e prodígios, porque falava grande sabedoria inspirado pelo Espírito Santo, foi condenado a morrer apedrejado. Durante o martírio orou: senhor Jesus recebe o meu espírito, ao sentir a morte se aproximar, pôs-se de joelhos e pediu ao senhor que não levasse em conta o pecado daqueles que o agrediam.

Todos nós passamos por tribulações, perda de entes queridos, doenças graves, desemprego, fracasso, separações familiares. Coisas que humanamente não podemos suportar; caímos em desespero, mas se abertos ao Espírito Santo, recebemos o dom de fortaleza, e fortalecidos no senhor nosso Deus superamos as tribulações.

Conhecemos muitas situações em que as pessoas são amparadas pelo dom da fortaleza, por exemplo, uma mulher fica viúva com filhos pequenos, consegue sustentar a família e ainda dar formação cristã a seus filhos, se tornam verdadeiras fortalezas.

A freqüência à eucaristia, nos auxilia a nos abrir ao dom de fortaleza e se tornar fortes diante das tribulações.

Durante a 2ª guerra mundial Pe Maximiliano Kalbe estava entre os prisioneiros num campo de concentração; como havia constante fuga entre os prisioneiros, o comandante declarou que se o preso fugisse, escolheria 10 presos para morrer como castigo. Algum tempo depois houve nova fuga, o comandante escolheu 10 presos ao acaso, um homem ainda jovem se desesperou suplicando viver, pois tinha filhos pequenos para criar. Pe Maximiliano ofereceu-se ao comandante para morrer no lugar. Foi entre os condenados para uma cela subterrânea sem luz, água e alimento, até que morressem de inanição. Pe Maximiliano soube converter a Deus seus companheiros e se ouviam orações e cânticos que só silenciavam pela morte.



CIÊNCIA – nossa inteligência foi esvaziada do conhecimento de Deus, o espírito através do dom da ciência, nos dá capacidade de conhecer a Deus como criador e valorizar as coisas de Deus, aumentando nossa fé, nos faz ver a realidade da luz de Deus.

Não tem nada haver com ciência da filosofia ou teologia, um teólogo pode ser pecador, e um homem simples está no caminho da santificação.

St° agostinho afirma que o nosso coração permanece inquieto enquanto não repousa em Deus.

O dom da ciência nos faz perder o fascínio pelas coisas criadas, e voltar-se ao criador. Não contemplamos mais a criatura, mas vemos a glória de Deus nas coisas criadas. Tudo conta a glória de Deus: os rios; os mares; o vento; o sol; a lua; as árvores; as flores. Mas o ser no qual mais brilha a glória de Deus é o homem criado a imagem e semelhança de Deus; capaz de conhecer e amar o seu criador.

Para se abrir a esse dom o 1° passo é reconhecer que as coisas são vãs a si mesma, e só deles podem preencher nosso coração.



ENTENDIMENTO- (inteligência) o espírito nos dá compreensão das verdades de Deus. dá uma luz de fé, nos tira das trevas do pecado revelando o plano de Deus para nossas vidas. Passamos a entender as verdades das salvação e a doutrina da santa religião; compreende-se o sentido das escrituras; e as comparações feitas na palavra de Deus.

Ex: fomos sepultados com Jesus; na sua morte pelo batismo, para que ressurjamos com ele para a vida nova.

Entendemos e aceitamos a graça de Deus nos sacramentos. Crer em Jesus vivo e real na eucaristia, é bem conhecido o milagre de Lanciano (século XVlll) um sacerdote ao consagrar o pão e o vinho, duvidou e ocorreu um milagre. O pão se tornou carne e o vinho sangue, ambos foram submetidos a exames recentemente por cientistas da NAZA e verificaram ser carne humana do tecido do coração e sangue humano; sangue e carne fresca, não se deterioraram, o que confirma que Jesus está vivo e ressuscitado.

O don da inteligência, o espírito nos faz entender e conhecer estas coisas sagradas, sem que precise um milagre para nos provar.



PIEDADE - (equidade) – conhecer a Deus como pai (nosso pai) envolve ter o próximo como irmão (fraternidade) amor aos irmãos, vencer o mal com amor.

Não dar o irmão o que lhe pertence, mas dar tudo o que podemos.

No sermão da montanha Jesus nos disse: “se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, sede-lhe também a capa.”.

Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil.

Ex: se nosso filho pede mãe/pai vou a uma festa; leva-me, e depois arrumo carona para voltar; nós por amor e zelo, dissemos: eu te levo e vou te buscar, porque queremos que volte com segurança.

O dom de piedade nos faz amar sem medidas o nosso próximo; não dando só o que lhe é necessário, mas tudo o que podemos lhe oferecer e ir além oferecendo a si mesmo pelo outro.



CONSELHO – (prudência) – o dom do conselho é o dom de santificação que nos faz viver sob orientação do Espírito Santo, o Espírito nos dá equilíbrio para agir; dando discernimento do que é prudente.

A nossa liberdade fica abalada pelos apelos do mal; o dom do conselho nos orienta de forma perfeita, o Espírito fala ao nosso coração e nos faz compreender o que devemos fazer.

Mt. 10,19-20 – Jesus nos fala sobre o que convém dizer, guiados pelo dom do conselho. “não nos preocupeis nem pela maneira de falar, nem pelo o que haveis de dizer, naquele momento vos será inspirado o que havereis de dizer”. Porque não será vós que falará, mas será o Espírito de vosso Pai que falará por vós.

O dom do conselho nos faz caminhar com segurança, sem tropeços ou timidez pelos caminhos do senhor.

Eclesiastes 3 – debaixo do céu existe um momento certo para cada coisa, tempo de nascer, tempo para morrer, tempo para plantar, tempo para arrancar o que foi plantado, tempo para construir, tempo para demolir, tempo para falar, tempo para calar, tempo pra abraçar, tempo para separar. Como saber em que tempo estamos: falar ou calar/ plantar ou arrancar, a resposta certa o Espírito Santo nos dá através do dom do conselho que é dom de luz e nos esclarece sobre o caminho a tomar.



CONCLUSÃO.



O caminho da santificação se inicia pela prática das virtudes, se levarmos uma vida prudente, agindo com bom senso; justiça; uma vida de fortaleza, paciência, perseverança, fidelidade; pautada de temperança, sobriedade, castidade e humildade.

Certamente no exercício destas virtudes; preparamos o nosso coração pra abrir-se aos dons de santificação, dons infusos ou dons hierárquicos. Nossa alma torna-se dócil e obediente ás inspirações do Espírito Santo de Deus.

Deus nos quer santos.

1 Pd 1,15 – sedes santos porque Eu sou Santo.

Isaías 11,1 ss. – Um renovo sairá do tronco de Jessé (pai de Davi) e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor.



POR DELECAMPIO JOSÉ MENASSA
6.2. OS DONS INFUSOS DO ESPÍRITO SANTO

Toda pessoa humana ao ser batizada recebe além da habitação de Deus na sua alma, virtudes, dons infusos ou de santificação e dons efusos ou carismáticos. Com o batismo, o cristão nasce para a vida em Cristo, que pela intervenção do Espírito Santo o justifica e o renova em todo o seu ser, formando nele um filho de Deus. Os dons infusos ou de santificação são instrumentos poderosos de Deus para a construção da santidade em nossas vidas, enquanto que os dons efusos ou carismáticos são instrumentos também poderosos que nos capacitam a sermos servos competentes e eficientes. Mas, para que isso aconteça, precisamos nos abrir à sua atividade, e à sua ação, tanto num caso como no outro.

Os dons infusos estão profundamente ligados às mais elevadas operações da vida espiritual, isto é, eles realizam no homem uma atividade deiforme que consiste em revestir as almas dos “hábitos da Trindade”, com o desaparecimento do “eu” para que só Deus tome as iniciativas.

O objetivo verdadeiro da atividade dos dons do Espírito Santo portanto, é proporcionar a transformação do modo humano de agir para a união transformante. A pessoa batizada inicia sua vida, essencialmente deiforme, imperfeitamente, pois não sabe ainda como agir para viver “à maneira de Deus” até que seja estabelecida, de modo permanente, na intimidade das Pessoas divinas.

A medida que o cristão avança na vida divina e nele desabrocha a graça do batismo que o faz participante da natureza divina, que foi comunicada ao Filho pelo Pai e por ambos ao Espírito Santo e finalmente pela graça recebida no batismo, foi comunicada a todos nós. É desta graça recebida no batismo que deriva o sentido sobrenatural das virtudes e dos dons do Espírito santo.
Os dons infusos ou de santificação são: Temor de Deus, Piedade, Fortaleza ou espírito de Fortaleza ou ainda coragem, Prudência ou espírito de Conselho, Ciência ou espírito de ciência, Entendimento ou espírito de Inteligência e Sabedoria ou espírito de Sabedoria.

DOM DO TEMOR DO SENHOR

Este dom consiste em um temor filial da alma que receia, rejeita, tem horror de causar uma ofensa ao Pai infinitamente bom, digno de toda fidelidade, quer dizer, consiste num horror ao pecado, que modera os ímpetos desordenados da nossa concupiscência e, nos impede de desgostar a Deus. A alma afasta, com todas as forças, tudo quanto poderia desagradar a Deus. Portanto, esse dom difere totalmente do temor mundano, que é o medo de desgostar os homens; do temor de pena, que é o medo de um mal terreno; do temor servil, que é o medo do castigo (este, muito embora impeça de pecar, não provém do amor).

DOM DA PIEDADE

Este dom produz em nós um amor filial para com Deus, adorando-O com amor sobrenatural e santo fervor, e um amor verdadeiro para com os irmãos, seja quem for, e para com as coisas divinas.

Este dom faz com que a nossa oração seja um diálogo aberto, sincero, confiante de um filho para seu pai, longe de todo comércio interesseiro que embaraça tantas vidas de oração, cujo primeiro objetivo, ao se dirigirem a Deus, parece ser exclusivamente para mendigar socorros, graças. Conduz a nossa oração, em primeiro lugar, para o silêncio e a adoração, e faz-nos pairar acima de toda consideração interesseira, acima de toda necessidade e benefícios, faz-nos olhar, para o autor das graças. Isto não quer dizer que não façamos orações de súplica, de perdão, de intercessão, mas em nossa oração está em primeiro lugar o louvor e a adoração.
Este dom também nos leva a olhar os outros como irmãos e produz em nós um desejo profundo de servi-los, de nos dar generosamente a eles.
Frutos alcançados por esse dom: confiança ilimitada em Deus e abandono em suas mãos; fraternidade; capacidade de nos santificar alegremente dando-nos a nós mesmos sem limites.

DOM DA FORTALEZA

Este dom imprime na alma um impulso, uma força que lhe permite suportar com paciência e alegria, sem murmuração, por amor a Deus, as maiores dificuldades e tribulações, todas as crucifixões da vida e se necessário empreender ações extraordinárias ou atos sobrenaturais heróicos: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fil 4,13); “Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (II Cor 12,9).
Frutos alcançados: uma superação constante de nós mesmos em meio aos desafios, às tentações, às provações e os acontecimentos difíceis; uma paz inalterável, sobrenatutal; a disposição firme para colaborar com o que é necessário para a salvação de nossa alma.

DOM DA PRUDÊNCIA OU ESPÍRITO DE CONSELHO

Este dom nos conduz a viver sob a orientação do Espírito Santo. O que falar? O que fazer? É tempo de calar ou de falar? É tempo de plantar ou arrancar? A resposta certa para essas perguntas nos é dada por este dom. É o dom das luzes que nos orienta acertadamente. Desta forma, é por excelência, o dom de governar, pois é muito importante para aqueles que são constituidos em autoridade, concedendo-lhes um governo prudente e sobrenatural, que se preocupa, antes de tudo, com o bem espiritual das almas e da glória de Deus. No entanto, não deixa de ser necessário a todas as almas para a perfeita orientação da vida de acordo com os planos de Deus. A esses concede uma docilidade vigilante em se submeterem a todos os planos de Deus manifestados por seus representantes legítimos.

Frutos alcançados por esse dom: Conhecer com segurança a vontade de Deus para si e para a vida dos seus irmãos; Conhecer os meios de agradar a Deus ultrapassando o que é obrigatório; deixar-se guiar pela mão de Deus, sem resistência, para o caminho de perfeição que Deus chamou.

DOM DE CIÊNCIA OU ESPÍRITO DE CIÊNCIA

Os dons de Ciência, Inteligência e Sabedoria nos fornecem a chave da vida espiritual, da vida de intimidade com Deus, de união com Deus.
O dom de ciência não é um conhecimento intelectual, mas nos fornece o conhecimento das coisas criadas nas suas relações com o Criador. Explicando melhor, o dom de ciência nos faz reconhecer que as coisas criadas são vãs em si mesmas. Descobrimos o “nada” que é a criatura e o “tudo” que é Deus. Experimenta-se o vazio da criatura em relação a Deus. Conseguimos perceber a grandiosidade, a majestade de Deus e isso nos conduz a colocar todas as coisas e pessoas no seu devido lugar e importância, porque Deus é a primazia sobre tudo. Isto nos leva a dar glória ao que verdadeiramente é glória, honra o que verdadeiramente é honra, descanso ao que verdadeiramente é descanso, como nos diz Santa Teresa D’Ávila. O dom de


6.3. OS CARISMAS DO ESPÍRITO SANTO


DOM DE LÍNGUAS:

“Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza, porque não sabemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26).
O dom de línguas é um dom de oração. Este dom vem socorrer a nossa dificuldade de orar: nós não sabemos “o que” nem “como” pedir a Deus ou o que dizer a Deus. Ele vem suprir nossa oração fraca e débil, vem nos fazer orar, mas orar segundo a vontade de Deus. O próprio Espírito Santo que habita em nós, ora em nós e por nós. Vem nos capacitar a orar de forma divina.

Ainda que nós não entendamos os gemidos inefáveis com que o Espírito ora, canta, e fala em nós e através de nós, sentimos que o nosso coração e o nosso espírito estão em oração. No entanto, não deixamos de estar conscientes, sabemos perfeitamente o que estamos fazendo, pois oramos com a nossa língua e com a nossa vontade, por isso somos livres para começar e terminar quando queremos.

O dom de línguas é a porta para todos os outros dons carismáticos, porque abre todo o ser do homem para a ação do Espírito Santo e para o crescimento da vida no Espírito.
O dom de línguas é a primeira manifestação sensível e visível da presença do Espírito Santo ( At 2,1-4; 10,6s; 19,6s).

O dom de línguas nos une em torno de Cristo. É dom que promove a unidade entre os cristãos, atraindo-os a Jesus Cristo e à Igreja (At 2,5-6).

CANTAR EM LÍNGUAS:

O Espírito Santo de Deus, plenamente rico de graças, concede aos fiéis o dom de “cantar” em línguas. “Cantarei com o Espírito” (I Cor 14,14). Isto significa que o Espírito Santo através do dom de línguas, utiliza-nos para elevarmos um canto ao nosso Deus, levando-nos a expressar-lhe um louvor no Espírito a Deus. O Espírito nos capacita a glorificar o Senhor de maneira profunda, sincera e perfeita. Nesse louvor no Espírito, unimo-nos aos anjos e santos, que não cessam de, no céu, louvar o Senhor.

OFICINA DO DOM DE LÍNGUAS:

- Após o breve ensino, ore em línguas com todos aqueles que já oram em línguas, cerca de mais ou menos dois minutos.

- Em seguida, peça que todos imponham as mãos no ombro da pessoa que está à sua direita, sem interromper a oração em línguas, para que todos possam crescer ainda mais neste dom.

- Faça um breve intervalo para certificar-se quais as pessoas que ainda não receberam este dom e em seguida, peça para aqueles que estão mais próximos imporem as mãos sobre elas suplicando a Deus a graça de receberem o dom de línguas.

- Peça as pessoas que se abram, também, ao louvor em línguas.

- Encerre com um grande louvor com cânticos, palavras em português e em línguas cantadas.

DOM DE FALAR EM LÍNGUAS:

“Maior é quem profetiza do que quem fala em línguas, a não ser que este as interprete, para que a assembléia receba edificação” (I Cor 14,13).
O dom de línguas também se manifesta através de “falar” em línguas, que significa proclamar uma mensagem de Deus a um grupo ou assembléia de oração, através de línguas estranhas.

DOM DE INTERPRETAÇÃO DAS LÍNGUAS:

“...a outros, por fim, a interpretação das línguas” (I Cor 12,10).
Ao proclamarmos uma mensagem de Deus em línguas é necessário suplicarmos o dom de as interpretar, pois toda mensagem de Deus para o seu povo tem o objetivo de edificá-lo. E ao proferirmos palavras ininteligíveis, como se compreenderá o que dizemos? Seremos como quem fala ao vento (cf. I Cor 14,9). O Espírito Santo concede que se compreenda o que está sendo dito em línguas. Esta compreensão se dá com o “coração”, e não através de uma tradução conceitual e gramatical das palavras.

Este carisma pode ser dado tanto à pessoa que está orando ou falando em línguas, quanto a outra pessoa que está participando do grupo de oração. O dom de profetizar em línguas e o de as interpretar são dons que se complementam reciprocamente: “aquele que tem o dom de falar em línguas reze para ter o dom de interpretá-las ( I Cor 14,13).

OFICINA DO DOM DE FALAR E DE INTERPRETAR AS LÍNGUAS:

Após o breve ensino, comece um louvor em línguas. Quando você sentir que é o momento, peça as pessoas para pedirem a Deus uma palavra de profecia em línguas ( falar em línguas) e o dom de as interpretar.

Silenciem e a um sinal seu (e somente então) aqueles que receberam uma palavra de profecia em línguas devem proclamá-la, cada um por sua vez, para todo o grupo. Ao término de cada profecia em línguas, silenciem e peçam o dom de as interpretar, para em seguida proclamarem a interpretação das profecias em línguas. Finalize a oração com um grande louvor a Deus.

DOM DE PROFECIA OU PALAVRA DE PROFECIA:

Deus se manifesta aos homens também através do dom da profecia. Este dom pode se manifestar através de uma palavra, de um sentimento, em línguas, que requer a interpretação, de um canto, de uma visão (At 10,9-48), com entendimento espiritual de um sonho (Num 12,6).

São Paulo considera o dom da profecia superior a todos os outros dons, pois reconhece que através deste dom, Deus fala claramente e de forma simples, mas direta, com o homem (I Cor 14,5).

O dom da profecia é para todos os homens de boa vontade e de fé que querem recebê-lo (I Cor 14,30). Também é importante que haja confirmação da profecia através de moções dadas a outros.

A palavra de profecia deve passar pelo “crivo” do discernimento dos espíritos. É importante que as examinemos se são divinas, humanas ou diabólicas ( I Tes 5,21; Mt 7,15).

Geralmente as profecias são ditas na primeira ou segunda pessoa, pois o Senhor é um deus pessoal e nos falará diretamente: “Não temas, tu és o meu povo”, “Eu sou o teu Deus”. O centro de todas profecias é Jesus Cristo e o seu evangelho, portanto as palavras proféticas têm que estar de acordo com a palavra de Deus, com a palavra da Igreja e dirigida à glória de Deus e a salvação dos homens (Dt 13,2-4).

OFICINA DO DOM DA PROFECIA:

Após o breve ensino, comece a oficina com um grande louvor a Deus. Em seguida, peça-lhes para orarem em línguas pedindo ao Senhor uma profecia para sua vida pessoal. Oriente-os para que eles anotem essa profecia para a sua vida pessoal em seu caderno de oração.

Após este momento, em clima de oração, agrupe as pessoas (três em cada grupo) e diga-lhes para orarem ao Senhor pedindo uma profecia para cada grupo. Finalmente, fiquem todos juntos, orem novamente em línguas ou mesmo em português, suplicando a Deus uma profecia para o grupo todo.
Termine esse momento num grande louvor a Deus.

DOM DE CIÊNCIA OU PALAVRA DE CIÊNCIA:

A palavra de ciência é o dom através do qual o Senhor faz com que o homem entenda as coisas da maneira que ele entende; faz com que o homem penetre na raiz de cada acontecimento, fato, situação, estado de espírito. Portanto, através deste dom o Senhor dá um diagnóstico de um fato, uma situação, um estado de espírito... e do que Ele quiser revelar.

A palavra de ciência se manifesta através de um sentimento, de uma palavra, de uma frase (Jo 4,50), de uma visão, de um sonho (Mt 1,18-25).

O dom da palavra de ciência revela uma ação que Deus já está fazendo ( a cura, por ex.), uma obra que Deus acaba de fazer ou uma obra que Deus quer fazer, mas que precisa da colaboração da pessoa ou uma situação ou através do poder e da misericórdia de Deus que cura o corpo e o coração.

Um exemplo muito claro do dom de ciência na Bíblia, foi a revelação que Jesus recebeu do Pai ao dialogar com a samaritana, de que ela tinha tido cinco maridos. Por este dom a samaritana experimentou a misericórdia de Deus que a levou ao arrependimento e a conversão, reconhecendo Jesus como o Messias, além de se tornar uma anunciadora de Jesus em Samaria.

DOM DA SABEDORIA OU PALAVRA DE SABEDORIA:

“A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria” ( I Cor 12,8).
A palavra de sabedoria inspira o homem a saber como deve ser seu comportamento em cada situação, em cada vez que tem que resolver um fato ou um problema, a falar inteligentemente em situações concretas da sua vida ou de sua comunidade, levando-o a decidir acertadamente e de acordo com a vontade de Deus, no dia a dia, no matrimônio, no trabalho, na educação dos filhos, nos relacionamentos com os irmãos e na sua vida cristã. É uma orientação de Deus sobre como se viver cristãmente (Lc 18, 18-30).

A palavra de sabedoria conduz o procedimento humano em cada situação:
- Como agir (I Rs 3,16-28);
- Como falar ( Mt 22,21);
- Como fonte de discernimento espiritual;
- Prepara o nosso coração para receber o ensinamento divino ( Lc 12,13-21);
- Como fonte de ensinamento segundo a sabedoria de Deus (Mt 6,1-21);
- Nos faz testemunhar com sabedoria (Paulo diante do rei Agripa - At 26,28);

Este dom deve ser amplamente exercitado pelo cristão na oração pessoal e comunitária para que ele tenha encontros transformadores em sua vida. A manifestação desse dom pode acontecer através de palavras da própria Escritura, por uma palavra, por uma visão, por um sentimento, por um sonho.

OFICINA DO DOM DE CIÊNCIA E DE SABEDORIA:

Após breve ensino, comece um momento de muito louvor em português e depois um louvor em línguas. Em seguida peça as pessoas que imponham as mãos sobre alguém que está ao seu lado e orem dois a dois um pelo outro pedindo ao Senhor uma palavra de ciência para a outra pessoa.

Após este momento de oração, peça para as pessoas partilharem uma com a outra a palavra de ciência que receberam do Senhor.
Utilize o mesmo procedimento para o exercício da palavra de sabedoria. Finalize com uma grande oração de louvor a Deus.

DOM CARISMÁTICO DA FÉ:

“a outros é dado pelo Espírito, a fé” ( I Cor 12,9).
O carisma da fé é uma graça especial que nos dá a certeza de que Deus agirá, de que o poder de

Deus irá intervir em alguma situação da vida do homem confirmando nossa ação e oração com o sinal que lhe pedimos. É uma graça à qual devemos nos abrir e pedir a Deus. Pela fé carismática cremos que Deus opera hoje maravilhas em favor do seu povo. A fé move a manifestação do poder de Deus.

DOM DOS MILAGRES:

“a um é dado pelo Espírito o dom de milagres” (I Cor 12,10).
O dom de milagres é a ação do Espírito Santo que, para o bem de alguém, modifica o curso normal da natureza. O milagre é uma intervenção clara, sensível e visível de Deus no decurso “ordinário” ou “normal” dos acontecimentos: curas instantâneas de doenças incuráveis, ressurreição dos mortos, fenômenos extraordinários da natureza ( cf. At 3,4-11; 4,30-31).

O mundo atual necessita do exercício do dom de milagres, pois Deus deseja e continua a realizar suas obras extraordinárias no meio do seu povo, hoje.
Devemos fazer distinção entre milagre e cura. O primeiro, quando se manifesta através de uma cura que nenhuma ciência médica poderia conseguir, e que Deus realiza. No segundo caso, a cura pode acontecer através de um medicamento, de uma cirurgia, etc.

DOM DAS CURAS:

“a outro, a graça de curar as doenças no mesmo Espírito” (I Cor 12,9b).
O dom das curas pode se manifestar de três formas. Tomando-se por base as três dimensões do homem: corpo, alma e espírito ( cf. I Tes 5,23), compreendemos que este mesmo homem pode ser atingido por enfermidades em suas três dimensões. Existem os males físicos, os da alma ou interiores e espirituais. Se somos atingidos em qualquer área interior, necessitamos de uma cura interior. Se somos atingidos em nosso espírito, contaminando-nos com falsas doutrinas e apartando-nos sã doutrina da salvação, precisamos de uma cura espiritual ou libertação. Se somos atingidos no corpo com alguma enfermidade, necessitamos de uma cura física.

OFICINA DO DOM CARISMÁTICO DA FÉ, DE MILAGRES E DAS CURAS:

Após breve ensino, conduza o grupo a louvar e pedir ao espírito Santo que se manifeste através de curas físicas, emocionais e espirituais.

Oriente as pessoas a orarem pela pessoa que está à sua direita e depois orarem pela pessoa que está à sua esquerda, abrindo-se a palavras de ciência, sabedoria, de profecia, pedindo a Deus a cura para estas pessoas.

Faça com que toda a assembléia ou grupo orem juntos pedindo a cura das pessoas enfermas ali presentes. Em seguida, manifestem palavras de ciência e de profecia, ou o que Deus quiser fazer.

Peça que levante o braço quem se sentiu tocado por Deus e quem se sente melhor física, emocional e espiritualmente.

Em seguida, peça as pessoas que orem pedindo ao Senhor um milagre, e que escrevam aquele pedido em um papel que guardarão dentro de sua Bíblia. Orem todos juntos pelos milagres que as pessoas pediram ao Senhor e que aconteçam de acordo com sua vontade e pela intercessão de Maria.

Finalize a oração com um grande louvor a Deus por tudo o que ele realizou ou que ainda realizará.

DOM DO DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS:

“A outro é dado pelo Espírito o discernimento dos espíritos” ( I Cor 12,10).
Este dom nos permite discernir, examinar, perceber e identificar em nós mesmos, nas outras pessoas, nas comunidades, nos ambientes e nos objetos o que é de Deus ou o que é da natureza humana, ou ainda, o que é do maligno.

Este dom, como todos os outros, é muito importante para a vida cristã, pois nos levará a distinguir a voz de Deus das outras vozes, que tentam nos confundir. É muito importante que cada cristão se abra inteiramente a este dom para não se deixar arrastar pelas suas paixões e pelas tentações do inimigo e, assim, livremente fazer a vontade de Deus. Talvez, momentaneamente, uma atitude ou palavra, como também um sentimento, ou ainda um pensamento, traga ao cristão realização, alegria, mas se não for da parte de Deus, logo perceberá quão vazia ficou sua alma, pois só a vontade de Deus pode levar o homem à verdadeira alegria e realização.

Por isso é muito salutar o exercício cotidiano desse dom para que cresça em si um discernimento apurado com relação a todas as coisas. Algo pode aparentemente parecer bom, mas só Deus sabe o que é verdadeiramente bom.

O discernimento dos espíritos protege o exercício dos dons carismáticos. Por ele o cristão reconhece se os dons que estão sendo exercidos são impulsionados pelo Espírito de Deus ou se é uma ação humana ou diabólica.

São João nos adverte quanto à necessidade de examinarmos se os espíritos são de Deus e nos ensina como conhecê-lo: “todo espírito que proclama Jesus Cristo que se encarnou é de Deus e que os espíritos do mundo falam segundo o mundo, e quem conhece a Deus, ouve a Deus” (I Jo 4,1-6). Portanto, este dom nos dá a graça de distinguir o espírito da verdade e o espírito do erro.

OFICINA DO DOM DO DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS:

Após o breve ensino, conduza uma oração com muito louvor e abertura aos dons espirituais.
Oriente as pessoas a ficarem de duas a duas, em oração, pedindo o dom do discernimento dos espíritos em relação a alguma atitude, sentimento, atitude ou situação que estejam passando. Em seguida, peça que as pessoas partilhem uma com as outras o discernimento que o Senhor inspirou sobre cada coisa específica que tenham orado.
Finalize com um grande louvor a Deus.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O evangelista Lucas registrou esse mandamento da seguinte forma: "E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. De forma semelhante, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da Nova Aliança [ou Novo Pacto] no meu sangue derramado em favor de vós." (Lucas 22:19-20, e também Mateus 26;26-29, Marcos 14:22-25, I Coríntios 11:23-26).

Nesta manifestação as igrejas cristãs geralmente repetem o que Jesus Cristo fez na sua Última Ceia, antes de ser entregue às autoridades por Judas Iscariotes, conforme a narração dos evangelhos. Na ocasião, compartilhou com seus apóstolos pão e vinho, na época da celebração da Páscoa judaica (com pães ázimos).

Assim o pão usado na celebração, segundo alguns cristãos, é visto como o Corpo de Cristo sem pecado, que Ele ofereceu na Cruz (em romano stauros) como resgate. O vinho é Seu sangue derramado (ou seja, a sua vida perfeita), para remissão da humanidade condenada ao pecado herdado e morte.

Algumas religiões cristãs celebram a Ceia diariamente ou semanalmente. Algumas denominações cristãs realizam-na duas vezes ao mês, outras mensalmente, outras a cada dois meses ou anualmente (Testemunhas de Jeová e Congregação Cristã).

A passagem do pão e do vinho para o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo (transubstanciação) só é celebrada pela igreja Católica Romana. Na Igreja Ortodoxa é visto como mistério. No luteranismo como consubstanciação. Na tradição Reformada como real presença. Nas outras denominações protestantes de tradição do evangelicalismo acontecem apenas uma ceia, na qual o pão e o vinho não deixam de continuar sendo pão e vinho. A Eucaristia é quando a pessoa recebe o corpo e o sangue de Cristo.

[editar] Significado e celebração

[editar] Igreja Católica

A doutrina da Igreja Católica sempre ensinou que Jesus, antes de morrer, já se referia a este ritual sacramental: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a comer a sua própria carne? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos" (João 6:51-71). Isto é claro já nos primeiros escritos a respeito, como na carta de São Justino a respeito do tema [1]

Na Igreja Católica, a Eucaristia é um dos sete sacramentos. Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica[1], a Eucaristia é " o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna." (n. 271). A palavra Hóstia, em latim, quer dizer vítima, que entre os hebreus, era o cordeiro, sem culpa, imolado em sacrifício a Deus.

Segundo o papa João Paulo II, em sua encíclica Ecclesia de Eucharistia, a Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho.[2] Ainda nessa encíclica, é chamada atenção para o fato significativo de que no lugar onde os Evangelhos Sinópticos narram a instituição da Eucaristia, o evangelho de João propõe a narração do lava-pés, gesto que mostra Jesus mestre de comunhão e de serviço[3]; em seguida o Papa atenta para o fato de que mais tarde o apóstolo Paulo qualifica como indigna duma comunidade cristã a participação na Eucaristia que se verifique num contexto de discórdia e de indiferença pelos pobres.[4]

Comungar ou receber a Comunhão é nome dado ao ato pelo qual o fiel pode receber a sagrada hóstia sozinha, ou acompanhada do vinho consagrado, especialmente nas celebrações de Primeira Eucaristia e Crisma. Segundo o Compêndio, "Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja Católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo." (n. 291).[carece de fontes?]

A transubstanciação do pão em Corpo de Cristo, na missa de canonização do Frei Galvão, em 11 de maio de 2007.

A Igreja Católica confessa a presença real de Cristo, em seu corpo, sangue, alma e Divindade após a transubstanciação do pão e do vinho, ou seja, a aparência permanece de pão e vinho, porém a substância se modifica, passa a ser o próprio Corpo e Sangue de Cristo.

Eucaristia também pode ser usado como sinônimo de hóstia consagrada, no Catolicismo. "Jesus Eucarístico" é como os católicos se referem a Jesus em sua presença na Eucaristia. "Comunhão" é como o sacramento é mais conhecido. As crianças farão a sua Primeira comunhão. "Comunhão Eucarística" é a participação na Eucaristia.

Também há uma adoração especial, chamada "adoração ao Santíssimo Sacramento" e um dia especial para a Eucaristia, o Dia do Corpo de Cristo (em lat. Corpus Christi). Segundo Santo Afonso Maria de Ligório, a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós[5]. Para a Igreja, a presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho.[6] Um dos grandes fatores que contribuíram para se crer na presença real de Cristo e adorá-lo, foram os "milagres Eucarísticos" em várias localidades do mundo, entre eles, um dos mais conhecidos foi o de Lanciano (Itália).

São João Crisóstomo destaca o efeito unificador da Eucaristia no Corpo de Cristo, que é identificado pelos cristãos como a própria Igreja: Com efeito, o que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se transformam aqueles que o recebem? No corpo de Cristo; não muitos corpos, mas um só corpo. De fato, tal como o pão é um só apesar de constituído por muitos grãos, e estes, embora não se vejam, todavia estão no pão, de tal modo que a sua diferença desapareceu devido à sua perfeita e recíproca fusão, assim também nós estamos unidos reciprocamente entre nós e, todos juntos, com Cristo.[7] João Paulo II ensinou que à desagregação enraizada na humanidade é contraposta a força geradora de unidade do corpo de Cristo.[8]

Segundo a Igreja Católica a transubstanciação da Hóstia pode ser feita apenas por presbíteros(ou padres) ou por sacerdote de maior grau hierárquico (bispos, por alguns cardeais (nem todos são sacerdotes, alguns cardeais são leigos ou civis, ou diáconos. Ou a missa é celebrada pelopapa). Os diáconos( primeiro grau hierárquico do sacerdócio, não ministram este sacramento.

Iniciamos, nesta noite, com a missa da tarde da Ceia do Senhor o Tríduo pascal: a celebração da morte e da ressurreição do Senhor. Somos convidados a acompanhar Jesus nos momentos derradeiros de sua vida terrena e “revestir-nos dos mesmos sentimentos de Cristo” ao reviver os mistérios centrais de nossa fé

O centro da celebração da Quinta-Feira Santa é a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial e o novo mandamento do amor que Jesus deu aos seus discípulos.

São João, o autor do quarto evangelho, não narra a instituição da Eucaristia, provavelmente, porque os outros três evangelhos e São Paulo já o haviam feito e, além do mais, quando João escreveu o seu evangelho no final do primeiro século, a celebração da eucaristia já era corrente nas comunidades cristãs.

Sabemos pelos evangelhos sinóticos e pela primeira carta de Paulo aos coríntios que escutamos há pouco que, na noite, antes de sua Paixão, Jesus instituiu a Eucaristia. “O Senhor Jesus tomou o pão e depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. Depois da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.

Jesus instituiu a Eucaristia, que é o sacramento, o memorial perpétuo das maravilhas de Deus realizadas por seu Filho Jesus. Jesus dá um sentido totalmente novo a páscoa judaica que ele celebrou com os seus discípulos, na noite, antes de ser entregue. A Páscoa judaica, como escutamos na primeira leitura do livro do Êxodo, é o memorial, isto é, a atualização da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito.

Na ceia, Jesus antecipa nos sinais do pão e do vinho o seu sacrifício e a entrega que ele fará no dia seguinte. O pão e o vinho são um sinal real e eficaz de Jesus que se entrega à morte para a salvação de todos num ato extremo de amor e de solidariedade para com a humanidade. É a nova e eterna aliança de Deus com a humanidade, selada no seu sangue.

Por duas vezes, Paulo cita as palavras de Jesus: “Fazei isto em memória de mim”. Jesus ordena, portanto, aos seus discípulos, constituindo-os sacerdotes do Novo Testamento e àqueles que na Igreja participariam ministerialmente do seu sacerdócio pela ordenação que repetissem essas suas palavras, esse seu gesto de geração em geração, até a sua volta.

Agradeçamos a Jesus a instituição da Eucaristia, memorial, atualização do sacrifício da cruz, presença salvífica de Jesus em nosso meio, alimento espiritual e garantia de vida eterna. Rezemos pelos nossos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais para que não nos falte santos qualificados e numerosos ministros para anunciar a Palavra de Deus, administrar os sacramentos e servir o povo de Deus.

No lugar da instituição da Eucaristia, São João narra a cena do Lava-pés.

Durante a ceia com seus discípulos, “Jesus levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Participar da Eucaristia, comungar o corpo e o sangue de Cristo, é comprometer-se a fazer da própria vida uma entrega fraterna e solidária aos nossos irmãos, especialmente, aos mais necessitados, os enfermos, os pobres, as pessoas com deficiência, os anciãos, as crianças. É importante que ao procurarmos ajudar os outros, contribuamos para que aqueles que ajudamos sejam sujeitos de sua própria promoção e não só destinatários de mera assistência, de simples ajuda. Dessa forma, estaremos colaborando para a promoção das pessoas e evitando o perigo de continuar perpetuando a desigualdade social.

Dom Raymundo Damasceno Assis - Arcebispo Metropolitano de Aparecida - SP

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