6.2. OS DONS INFUSOS DO ESPÍRITO SANTO
Toda pessoa humana ao ser batizada recebe além da habitação de Deus na sua alma, virtudes, dons infusos ou de santificação e dons efusos ou carismáticos. Com o batismo, o cristão nasce para a vida em Cristo, que pela intervenção do Espírito Santo o justifica e o renova em todo o seu ser, formando nele um filho de Deus. Os dons infusos ou de santificação são instrumentos poderosos de Deus para a construção da santidade em nossas vidas, enquanto que os dons efusos ou carismáticos são instrumentos também poderosos que nos capacitam a sermos servos competentes e eficientes. Mas, para que isso aconteça, precisamos nos abrir à sua atividade, e à sua ação, tanto num caso como no outro.
Os dons infusos estão profundamente ligados às mais elevadas operações da vida espiritual, isto é, eles realizam no homem uma atividade deiforme que consiste em revestir as almas dos “hábitos da Trindade”, com o desaparecimento do “eu” para que só Deus tome as iniciativas.
O objetivo verdadeiro da atividade dos dons do Espírito Santo portanto, é proporcionar a transformação do modo humano de agir para a união transformante. A pessoa batizada inicia sua vida, essencialmente deiforme, imperfeitamente, pois não sabe ainda como agir para viver “à maneira de Deus” até que seja estabelecida, de modo permanente, na intimidade das Pessoas divinas.
A medida que o cristão avança na vida divina e nele desabrocha a graça do batismo que o faz participante da natureza divina, que foi comunicada ao Filho pelo Pai e por ambos ao Espírito Santo e finalmente pela graça recebida no batismo, foi comunicada a todos nós. É desta graça recebida no batismo que deriva o sentido sobrenatural das virtudes e dos dons do Espírito santo.
Os dons infusos ou de santificação são: Temor de Deus, Piedade, Fortaleza ou espírito de Fortaleza ou ainda coragem, Prudência ou espírito de Conselho, Ciência ou espírito de ciência, Entendimento ou espírito de Inteligência e Sabedoria ou espírito de Sabedoria.
DOM DO TEMOR DO SENHOR
Este dom consiste em um temor filial da alma que receia, rejeita, tem horror de causar uma ofensa ao Pai infinitamente bom, digno de toda fidelidade, quer dizer, consiste num horror ao pecado, que modera os ímpetos desordenados da nossa concupiscência e, nos impede de desgostar a Deus. A alma afasta, com todas as forças, tudo quanto poderia desagradar a Deus. Portanto, esse dom difere totalmente do temor mundano, que é o medo de desgostar os homens; do temor de pena, que é o medo de um mal terreno; do temor servil, que é o medo do castigo (este, muito embora impeça de pecar, não provém do amor).
DOM DA PIEDADE
Este dom produz em nós um amor filial para com Deus, adorando-O com amor sobrenatural e santo fervor, e um amor verdadeiro para com os irmãos, seja quem for, e para com as coisas divinas.
Este dom faz com que a nossa oração seja um diálogo aberto, sincero, confiante de um filho para seu pai, longe de todo comércio interesseiro que embaraça tantas vidas de oração, cujo primeiro objetivo, ao se dirigirem a Deus, parece ser exclusivamente para mendigar socorros, graças. Conduz a nossa oração, em primeiro lugar, para o silêncio e a adoração, e faz-nos pairar acima de toda consideração interesseira, acima de toda necessidade e benefícios, faz-nos olhar, para o autor das graças. Isto não quer dizer que não façamos orações de súplica, de perdão, de intercessão, mas em nossa oração está em primeiro lugar o louvor e a adoração.
Este dom também nos leva a olhar os outros como irmãos e produz em nós um desejo profundo de servi-los, de nos dar generosamente a eles.
Frutos alcançados por esse dom: confiança ilimitada em Deus e abandono em suas mãos; fraternidade; capacidade de nos santificar alegremente dando-nos a nós mesmos sem limites.
DOM DA FORTALEZA
Este dom imprime na alma um impulso, uma força que lhe permite suportar com paciência e alegria, sem murmuração, por amor a Deus, as maiores dificuldades e tribulações, todas as crucifixões da vida e se necessário empreender ações extraordinárias ou atos sobrenaturais heróicos: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fil 4,13); “Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (II Cor 12,9).
Frutos alcançados: uma superação constante de nós mesmos em meio aos desafios, às tentações, às provações e os acontecimentos difíceis; uma paz inalterável, sobrenatutal; a disposição firme para colaborar com o que é necessário para a salvação de nossa alma.
DOM DA PRUDÊNCIA OU ESPÍRITO DE CONSELHO
Este dom nos conduz a viver sob a orientação do Espírito Santo. O que falar? O que fazer? É tempo de calar ou de falar? É tempo de plantar ou arrancar? A resposta certa para essas perguntas nos é dada por este dom. É o dom das luzes que nos orienta acertadamente. Desta forma, é por excelência, o dom de governar, pois é muito importante para aqueles que são constituidos em autoridade, concedendo-lhes um governo prudente e sobrenatural, que se preocupa, antes de tudo, com o bem espiritual das almas e da glória de Deus. No entanto, não deixa de ser necessário a todas as almas para a perfeita orientação da vida de acordo com os planos de Deus. A esses concede uma docilidade vigilante em se submeterem a todos os planos de Deus manifestados por seus representantes legítimos.
Frutos alcançados por esse dom: Conhecer com segurança a vontade de Deus para si e para a vida dos seus irmãos; Conhecer os meios de agradar a Deus ultrapassando o que é obrigatório; deixar-se guiar pela mão de Deus, sem resistência, para o caminho de perfeição que Deus chamou.
DOM DE CIÊNCIA OU ESPÍRITO DE CIÊNCIA
Os dons de Ciência, Inteligência e Sabedoria nos fornecem a chave da vida espiritual, da vida de intimidade com Deus, de união com Deus.
O dom de ciência não é um conhecimento intelectual, mas nos fornece o conhecimento das coisas criadas nas suas relações com o Criador. Explicando melhor, o dom de ciência nos faz reconhecer que as coisas criadas são vãs em si mesmas. Descobrimos o “nada” que é a criatura e o “tudo” que é Deus. Experimenta-se o vazio da criatura em relação a Deus. Conseguimos perceber a grandiosidade, a majestade de Deus e isso nos conduz a colocar todas as coisas e pessoas no seu devido lugar e importância, porque Deus é a primazia sobre tudo. Isto nos leva a dar glória ao que verdadeiramente é glória, honra o que verdadeiramente é honra, descanso ao que verdadeiramente é descanso, como nos diz Santa Teresa D’Ávila. O dom de
6.3. OS CARISMAS DO ESPÍRITO SANTO
DOM DE LÍNGUAS:
“Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza, porque não sabemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26).
O dom de línguas é um dom de oração. Este dom vem socorrer a nossa dificuldade de orar: nós não sabemos “o que” nem “como” pedir a Deus ou o que dizer a Deus. Ele vem suprir nossa oração fraca e débil, vem nos fazer orar, mas orar segundo a vontade de Deus. O próprio Espírito Santo que habita em nós, ora em nós e por nós. Vem nos capacitar a orar de forma divina.
Ainda que nós não entendamos os gemidos inefáveis com que o Espírito ora, canta, e fala em nós e através de nós, sentimos que o nosso coração e o nosso espírito estão em oração. No entanto, não deixamos de estar conscientes, sabemos perfeitamente o que estamos fazendo, pois oramos com a nossa língua e com a nossa vontade, por isso somos livres para começar e terminar quando queremos.
O dom de línguas é a porta para todos os outros dons carismáticos, porque abre todo o ser do homem para a ação do Espírito Santo e para o crescimento da vida no Espírito.
O dom de línguas é a primeira manifestação sensível e visível da presença do Espírito Santo ( At 2,1-4; 10,6s; 19,6s).
O dom de línguas nos une em torno de Cristo. É dom que promove a unidade entre os cristãos, atraindo-os a Jesus Cristo e à Igreja (At 2,5-6).
CANTAR EM LÍNGUAS:
O Espírito Santo de Deus, plenamente rico de graças, concede aos fiéis o dom de “cantar” em línguas. “Cantarei com o Espírito” (I Cor 14,14). Isto significa que o Espírito Santo através do dom de línguas, utiliza-nos para elevarmos um canto ao nosso Deus, levando-nos a expressar-lhe um louvor no Espírito a Deus. O Espírito nos capacita a glorificar o Senhor de maneira profunda, sincera e perfeita. Nesse louvor no Espírito, unimo-nos aos anjos e santos, que não cessam de, no céu, louvar o Senhor.
OFICINA DO DOM DE LÍNGUAS:
- Após o breve ensino, ore em línguas com todos aqueles que já oram em línguas, cerca de mais ou menos dois minutos.
- Em seguida, peça que todos imponham as mãos no ombro da pessoa que está à sua direita, sem interromper a oração em línguas, para que todos possam crescer ainda mais neste dom.
- Faça um breve intervalo para certificar-se quais as pessoas que ainda não receberam este dom e em seguida, peça para aqueles que estão mais próximos imporem as mãos sobre elas suplicando a Deus a graça de receberem o dom de línguas.
- Peça as pessoas que se abram, também, ao louvor em línguas.
- Encerre com um grande louvor com cânticos, palavras em português e em línguas cantadas.
DOM DE FALAR EM LÍNGUAS:
“Maior é quem profetiza do que quem fala em línguas, a não ser que este as interprete, para que a assembléia receba edificação” (I Cor 14,13).
O dom de línguas também se manifesta através de “falar” em línguas, que significa proclamar uma mensagem de Deus a um grupo ou assembléia de oração, através de línguas estranhas.
DOM DE INTERPRETAÇÃO DAS LÍNGUAS:
“...a outros, por fim, a interpretação das línguas” (I Cor 12,10).
Ao proclamarmos uma mensagem de Deus em línguas é necessário suplicarmos o dom de as interpretar, pois toda mensagem de Deus para o seu povo tem o objetivo de edificá-lo. E ao proferirmos palavras ininteligíveis, como se compreenderá o que dizemos? Seremos como quem fala ao vento (cf. I Cor 14,9). O Espírito Santo concede que se compreenda o que está sendo dito em línguas. Esta compreensão se dá com o “coração”, e não através de uma tradução conceitual e gramatical das palavras.
Este carisma pode ser dado tanto à pessoa que está orando ou falando em línguas, quanto a outra pessoa que está participando do grupo de oração. O dom de profetizar em línguas e o de as interpretar são dons que se complementam reciprocamente: “aquele que tem o dom de falar em línguas reze para ter o dom de interpretá-las ( I Cor 14,13).
OFICINA DO DOM DE FALAR E DE INTERPRETAR AS LÍNGUAS:
Após o breve ensino, comece um louvor em línguas. Quando você sentir que é o momento, peça as pessoas para pedirem a Deus uma palavra de profecia em línguas ( falar em línguas) e o dom de as interpretar.
Silenciem e a um sinal seu (e somente então) aqueles que receberam uma palavra de profecia em línguas devem proclamá-la, cada um por sua vez, para todo o grupo. Ao término de cada profecia em línguas, silenciem e peçam o dom de as interpretar, para em seguida proclamarem a interpretação das profecias em línguas. Finalize a oração com um grande louvor a Deus.
DOM DE PROFECIA OU PALAVRA DE PROFECIA:
Deus se manifesta aos homens também através do dom da profecia. Este dom pode se manifestar através de uma palavra, de um sentimento, em línguas, que requer a interpretação, de um canto, de uma visão (At 10,9-48), com entendimento espiritual de um sonho (Num 12,6).
São Paulo considera o dom da profecia superior a todos os outros dons, pois reconhece que através deste dom, Deus fala claramente e de forma simples, mas direta, com o homem (I Cor 14,5).
O dom da profecia é para todos os homens de boa vontade e de fé que querem recebê-lo (I Cor 14,30). Também é importante que haja confirmação da profecia através de moções dadas a outros.
A palavra de profecia deve passar pelo “crivo” do discernimento dos espíritos. É importante que as examinemos se são divinas, humanas ou diabólicas ( I Tes 5,21; Mt 7,15).
Geralmente as profecias são ditas na primeira ou segunda pessoa, pois o Senhor é um deus pessoal e nos falará diretamente: “Não temas, tu és o meu povo”, “Eu sou o teu Deus”. O centro de todas profecias é Jesus Cristo e o seu evangelho, portanto as palavras proféticas têm que estar de acordo com a palavra de Deus, com a palavra da Igreja e dirigida à glória de Deus e a salvação dos homens (Dt 13,2-4).
OFICINA DO DOM DA PROFECIA:
Após o breve ensino, comece a oficina com um grande louvor a Deus. Em seguida, peça-lhes para orarem em línguas pedindo ao Senhor uma profecia para sua vida pessoal. Oriente-os para que eles anotem essa profecia para a sua vida pessoal em seu caderno de oração.
Após este momento, em clima de oração, agrupe as pessoas (três em cada grupo) e diga-lhes para orarem ao Senhor pedindo uma profecia para cada grupo. Finalmente, fiquem todos juntos, orem novamente em línguas ou mesmo em português, suplicando a Deus uma profecia para o grupo todo.
Termine esse momento num grande louvor a Deus.
DOM DE CIÊNCIA OU PALAVRA DE CIÊNCIA:
A palavra de ciência é o dom através do qual o Senhor faz com que o homem entenda as coisas da maneira que ele entende; faz com que o homem penetre na raiz de cada acontecimento, fato, situação, estado de espírito. Portanto, através deste dom o Senhor dá um diagnóstico de um fato, uma situação, um estado de espírito... e do que Ele quiser revelar.
A palavra de ciência se manifesta através de um sentimento, de uma palavra, de uma frase (Jo 4,50), de uma visão, de um sonho (Mt 1,18-25).
O dom da palavra de ciência revela uma ação que Deus já está fazendo ( a cura, por ex.), uma obra que Deus acaba de fazer ou uma obra que Deus quer fazer, mas que precisa da colaboração da pessoa ou uma situação ou através do poder e da misericórdia de Deus que cura o corpo e o coração.
Um exemplo muito claro do dom de ciência na Bíblia, foi a revelação que Jesus recebeu do Pai ao dialogar com a samaritana, de que ela tinha tido cinco maridos. Por este dom a samaritana experimentou a misericórdia de Deus que a levou ao arrependimento e a conversão, reconhecendo Jesus como o Messias, além de se tornar uma anunciadora de Jesus em Samaria.
DOM DA SABEDORIA OU PALAVRA DE SABEDORIA:
“A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria” ( I Cor 12,8).
A palavra de sabedoria inspira o homem a saber como deve ser seu comportamento em cada situação, em cada vez que tem que resolver um fato ou um problema, a falar inteligentemente em situações concretas da sua vida ou de sua comunidade, levando-o a decidir acertadamente e de acordo com a vontade de Deus, no dia a dia, no matrimônio, no trabalho, na educação dos filhos, nos relacionamentos com os irmãos e na sua vida cristã. É uma orientação de Deus sobre como se viver cristãmente (Lc 18, 18-30).
A palavra de sabedoria conduz o procedimento humano em cada situação:
- Como agir (I Rs 3,16-28);
- Como falar ( Mt 22,21);
- Como fonte de discernimento espiritual;
- Prepara o nosso coração para receber o ensinamento divino ( Lc 12,13-21);
- Como fonte de ensinamento segundo a sabedoria de Deus (Mt 6,1-21);
- Nos faz testemunhar com sabedoria (Paulo diante do rei Agripa - At 26,28);
Este dom deve ser amplamente exercitado pelo cristão na oração pessoal e comunitária para que ele tenha encontros transformadores em sua vida. A manifestação desse dom pode acontecer através de palavras da própria Escritura, por uma palavra, por uma visão, por um sentimento, por um sonho.
OFICINA DO DOM DE CIÊNCIA E DE SABEDORIA:
Após breve ensino, comece um momento de muito louvor em português e depois um louvor em línguas. Em seguida peça as pessoas que imponham as mãos sobre alguém que está ao seu lado e orem dois a dois um pelo outro pedindo ao Senhor uma palavra de ciência para a outra pessoa.
Após este momento de oração, peça para as pessoas partilharem uma com a outra a palavra de ciência que receberam do Senhor.
Utilize o mesmo procedimento para o exercício da palavra de sabedoria. Finalize com uma grande oração de louvor a Deus.
DOM CARISMÁTICO DA FÉ:
“a outros é dado pelo Espírito, a fé” ( I Cor 12,9).
O carisma da fé é uma graça especial que nos dá a certeza de que Deus agirá, de que o poder de
Deus irá intervir em alguma situação da vida do homem confirmando nossa ação e oração com o sinal que lhe pedimos. É uma graça à qual devemos nos abrir e pedir a Deus. Pela fé carismática cremos que Deus opera hoje maravilhas em favor do seu povo. A fé move a manifestação do poder de Deus.
DOM DOS MILAGRES:
“a um é dado pelo Espírito o dom de milagres” (I Cor 12,10).
O dom de milagres é a ação do Espírito Santo que, para o bem de alguém, modifica o curso normal da natureza. O milagre é uma intervenção clara, sensível e visível de Deus no decurso “ordinário” ou “normal” dos acontecimentos: curas instantâneas de doenças incuráveis, ressurreição dos mortos, fenômenos extraordinários da natureza ( cf. At 3,4-11; 4,30-31).
O mundo atual necessita do exercício do dom de milagres, pois Deus deseja e continua a realizar suas obras extraordinárias no meio do seu povo, hoje.
Devemos fazer distinção entre milagre e cura. O primeiro, quando se manifesta através de uma cura que nenhuma ciência médica poderia conseguir, e que Deus realiza. No segundo caso, a cura pode acontecer através de um medicamento, de uma cirurgia, etc.
DOM DAS CURAS:
“a outro, a graça de curar as doenças no mesmo Espírito” (I Cor 12,9b).
O dom das curas pode se manifestar de três formas. Tomando-se por base as três dimensões do homem: corpo, alma e espírito ( cf. I Tes 5,23), compreendemos que este mesmo homem pode ser atingido por enfermidades em suas três dimensões. Existem os males físicos, os da alma ou interiores e espirituais. Se somos atingidos em qualquer área interior, necessitamos de uma cura interior. Se somos atingidos em nosso espírito, contaminando-nos com falsas doutrinas e apartando-nos sã doutrina da salvação, precisamos de uma cura espiritual ou libertação. Se somos atingidos no corpo com alguma enfermidade, necessitamos de uma cura física.
OFICINA DO DOM CARISMÁTICO DA FÉ, DE MILAGRES E DAS CURAS:
Após breve ensino, conduza o grupo a louvar e pedir ao espírito Santo que se manifeste através de curas físicas, emocionais e espirituais.
Oriente as pessoas a orarem pela pessoa que está à sua direita e depois orarem pela pessoa que está à sua esquerda, abrindo-se a palavras de ciência, sabedoria, de profecia, pedindo a Deus a cura para estas pessoas.
Faça com que toda a assembléia ou grupo orem juntos pedindo a cura das pessoas enfermas ali presentes. Em seguida, manifestem palavras de ciência e de profecia, ou o que Deus quiser fazer.
Peça que levante o braço quem se sentiu tocado por Deus e quem se sente melhor física, emocional e espiritualmente.
Em seguida, peça as pessoas que orem pedindo ao Senhor um milagre, e que escrevam aquele pedido em um papel que guardarão dentro de sua Bíblia. Orem todos juntos pelos milagres que as pessoas pediram ao Senhor e que aconteçam de acordo com sua vontade e pela intercessão de Maria.
Finalize a oração com um grande louvor a Deus por tudo o que ele realizou ou que ainda realizará.
DOM DO DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS:
“A outro é dado pelo Espírito o discernimento dos espíritos” ( I Cor 12,10).
Este dom nos permite discernir, examinar, perceber e identificar em nós mesmos, nas outras pessoas, nas comunidades, nos ambientes e nos objetos o que é de Deus ou o que é da natureza humana, ou ainda, o que é do maligno.
Este dom, como todos os outros, é muito importante para a vida cristã, pois nos levará a distinguir a voz de Deus das outras vozes, que tentam nos confundir. É muito importante que cada cristão se abra inteiramente a este dom para não se deixar arrastar pelas suas paixões e pelas tentações do inimigo e, assim, livremente fazer a vontade de Deus. Talvez, momentaneamente, uma atitude ou palavra, como também um sentimento, ou ainda um pensamento, traga ao cristão realização, alegria, mas se não for da parte de Deus, logo perceberá quão vazia ficou sua alma, pois só a vontade de Deus pode levar o homem à verdadeira alegria e realização.
Por isso é muito salutar o exercício cotidiano desse dom para que cresça em si um discernimento apurado com relação a todas as coisas. Algo pode aparentemente parecer bom, mas só Deus sabe o que é verdadeiramente bom.
O discernimento dos espíritos protege o exercício dos dons carismáticos. Por ele o cristão reconhece se os dons que estão sendo exercidos são impulsionados pelo Espírito de Deus ou se é uma ação humana ou diabólica.
São João nos adverte quanto à necessidade de examinarmos se os espíritos são de Deus e nos ensina como conhecê-lo: “todo espírito que proclama Jesus Cristo que se encarnou é de Deus e que os espíritos do mundo falam segundo o mundo, e quem conhece a Deus, ouve a Deus” (I Jo 4,1-6). Portanto, este dom nos dá a graça de distinguir o espírito da verdade e o espírito do erro.
OFICINA DO DOM DO DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS:
Após o breve ensino, conduza uma oração com muito louvor e abertura aos dons espirituais.
Oriente as pessoas a ficarem de duas a duas, em oração, pedindo o dom do discernimento dos espíritos em relação a alguma atitude, sentimento, atitude ou situação que estejam passando. Em seguida, peça que as pessoas partilhem uma com as outras o discernimento que o Senhor inspirou sobre cada coisa específica que tenham orado.
Finalize com um grande louvor a Deus.